
Assinalando o 90º aniversário, que o poeta não chegou a completar, a BNP homenageia António Ramos Rosa com a mostra documental
A Poesia em Diálogo com o Universo. Cruzando documentação do seu espólio literário com os acervos de alguns dos seus contemporâneos e a sua vasta bibliografia, a mostra procura ilustrar cerca de seis décadas e meia da vida literária de um autor incontornável na literatura portuguesa do século XX. Destacando a criação no domínio da poesia, assinala as suas reflexões ensaísticas, a sua intervenção como tradutor e a tradução da sua obra em países de língua espanhola e francesa.
António Vítor Ramos Rosa (17 de outubro de 1924 - 23 de setembro de 2013) nasceu e fez estudos secundários em Faro fixando-se definitivamente em Lisboa no início dos anos sessenta. Entretanto deixara o seu nome associado a três revistas literárias que se destacaram pela isenção em relação às estéticas literárias dominantes e pela qualidade dos trabalhos que publicaram – a
Árvore (1951-52), de que foi cofundador e
Cassiopeia (1951-53) e
Cadernos do Meio-Dia (1958-60)

em que surge como um dos coordenadores.
Com
O Grito Claro (1958) inaugura vasta bibliografia várias vezes premiada. Destaquem-se
Viagem Através duma Nebulosa (1960), 2º lugar ex-aequo do Prémio Fernando Pessoa da Editora Ática do ano de 1959;
Ocupação do Espaço (1963);
Nos Seus Olhos de Silêncio (1970), prémio Nacional de Poesia da Secretaria de Estado de Informação e Turismo, mas recusado pelo autor;
Ciclo do Cavalo (1975);
O Incêndio dos Aspectos (1980), galardoado com pelo Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários e o PEN Club de Poesia;
Volante Verde (1986),
Acordes (1989), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores e CTT;
As Armas Imprecisas (1992) Prémio de Poesia Eça de Queiroz da Câmara Municipal de Lisboa;
Figuras solares (1996);
Génese; seguido de
Constelações (2005) Grande Prémio de Poesia da APE em 2006. A
O Poeta na Rua: antologia portátil (2004), foi atribuído o Grande Prémio de Poesia Sophia de Mello Breyner Andresen (2005).

No ensaio
Incisões Oblíquas (1987) foi prémio Jacinto do Prado Coelho, do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários. A sua antologia de Paul Éluard -
Algumas das Palavras recebeu, em 1976, o prémio de Tradução da Fundação de Hautevilliers para o Diálogo entre Culturas. A tradução para língua francesa de
O Livro da Ignorância recebeu o Prémio Jean Malrieu (1992).
Confirmando a relevância da sua obra literária e o rigor do seu trabalho poético António Ramos Rosa recebeu o Prémio Pessoa 1988. Foi galardoado com o Prémio da Bienal de Poesia de Liége (1991) e eleito Poeta Europeu da Década pelo Collège de L'Europe em 1991. Recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (2006), a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores (2008) e foi agraciado com as condecorações de Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago e Espada (1984) e a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (1997).