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Obras na BND de Inocêncio Francisco da Silva
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BNP adquire conjunto de cartas de Inocêncio para Sanches de Baena
A BNP adquiriu recentemente, em leilão, um importante conjunto de cartas de Inocêncio Francisco da Silva (1810-1876) para Augusto Romano Sanches de Baena (1828-1909).
O lote (336 do Catálogo), um dos que no mesmo leilão passaram relativos ao destinatário, é constituído por quase cinco dezenas de cartas, todas assinadas e, na maior parte, autógrafas e datadas (1865-1875). Referindo obras e informações, livreiros e círculos literários, Inocêncio vai dando igualmente conta dos seus achaques, da sujeição aos deveres administrativos no Governo Civil “para ganhar o pão quotidiano”, da falta de tempo para os seus múltiplos afazeres, em que avultava, evidentemente, o notável Dicionário Bibliográfico Português…- relações literárias de que a BNP já albergava testemunhos escritos.
A aquisição em objeto oferece também interesse pelo que diz da intervenção do bibliógrafo na investigação da genealogia de Sanches de Baena e, talvez mais ainda, pelo que permite avançar quanto à construção (cópia, ordenação, aspetos editoriais) do Archivo Heráldico – Genealógico, que Sanches de Baena, já Visconde, publicou em 1872 – densa e relevante coletânea, de fácil consulta pelos índices que Gonçalo Vasconcelos e Sousa elaborou em nossos dias.
Sanches de Baena, nascido de família legitimista, cedo emigrou para o Brasil, onde exerceu como boticário e desenvolveu atividade beneficente. Regressado a Portugal em situação próspera, fez-se reconhecer como descendente de um dos conjurados de 1640 (o que Inocêncio sustentou em trabalhos publicados e Camilo viu com duvida), ao mesmo tempo que se lançava na Comissão Central 1º de Dezembro – aliás, também presente neste conjunto de cartas – cuja crónica mais tarde publicou e que teve como resultado visível o monumento dos Restauradores. Foi titulado Visconde, de Sanches de Baena, em 1869.
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