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Visitas guiadas por:
António Jorge Marques
jan. 26, 28, 29, 30 | 15h00 jan. 31 | 17h00
(sujeitas a
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Artigo relacionado: Do "Hino Patriótico" à "Portuguesa": histórias de hinos (2010)
Edição A obra religiosa de Marcos António Portugal (1762-1830)
Obras na BND de Marcos Portugal
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Marcos Portugal (1762-1830): 250 anos do nascimento
EXPOSIÇÃO | 25 outubro | 18h00 | Sala de Exposições - Piso 2 | Entrada livre | até 31 janeiro 2013
 Marcos António da Fonseca Portugal [Marco Portogallo] (Lisboa, 24.03.1762 – Rio de Janeiro, 17.02.1830) ingressou no Seminário da Santa Igreja Patriarcal de Lisboa aos 9 anos, onde estudou com João de Sousa Carvalho e provavelmente com José Joaquim dos Santos. Na Patriarcal foi admitido como organista (1782) e, a partir de 1 de Setembro de 1787, também formalmente como compositor, passando a receber um salário anual de 200$000 reis. No ano de 1782 recebe a primeira encomenda da Família Real, uma Missa com instrumental (para vozes e orquestra) para a festividade de Santa Bárbara, evento que viria a marcar decisivamente o seu percurso profissional e estético, pelas constantes encomendas, pelos cargos e mercês concedidos, e pela progressiva modificação do seu estilo, na tentativa de agradar a D. João e adaptar-se à importante função sociopolítica que a sua música desempenhou.
Até 1792, e depois de ter sido admitido na Irmandade de S. Cecília a 23 de Julho de 1783, acumulou o emprego na Patriarcal com o de Mestre de Música do Teatro do Salitre (a partir de c.1784) para o qual compôs entremezes, elogios e óperas em português.
![La Madre virtuosa [Semiramide] Operetta sentimentale / Musica di Marco Portogallo. – Venezia: 1798. – Primeira página do 1º vol. da partitura autógrafa (2 vol.) [http://purl.pt/6731] marcos_portugal_mm4816_1_2](/images/stories/agenda/2012/marcos_portugal_mm4816_1_2.jpg) Em Setembro de 1792 parte para Itália onde estreia mais de 21 óperas, a maior parte delas opere buffe, com um sucesso sem precedentes, com centenas de réplicas e milhares de representações em Itália e por toda a Europa.
De volta a Lisboa em meados de 1800, é nomeado Mestre de Solfa do Seminário da Patriarcal e Mestre de Música do Real Teatro de S. Carlos, onde compõe essencialmente opere serie, quase todas com papeis principais escritos expressamente para a célebre Angelica ![Hymno patriotico da Nação Portugueza a Sua Alteza Real O Principe Regente N. S. : para se cantar com muitas vózes e mesmo à maneira de Coro com acompanham.to de toda a banda militar / Música de Marcos Portugal. - Lisboa : [s.n.], 1810. Folha de rosto da partitura impressa [http://purl.pt/6602] marcos_portugal_cic77a](/images/stories/agenda/2012/marcos_portugal_cic77a.jpg) Catalani. Durante os anos 1806 e 1807, Marcos Portugal compõe mais de 20 obras religiosas para as vozes masculinas dos monges arrábidos, e para o conjunto único de 6 órgãos da Basílica do Palácio de Mafra, onde o Príncipe Regente tinha passado a residir em consequência do abortado golpe do Outono de 1805.
Por vontade expressa do Monarca, Marcos juntou-se à corte portuguesa no Rio de Janeiro, cidade para onde se tinha transferido no advento das invasões francesas. Após a sua chegada, a 11 de Junho de 1811, foi nomeado Mestre de Suas Altezas Reais os infantes, e incumbido de compôr a música para as ocasiões de maior significado religioso, social e político, quando D. João VI estivesse presente, ou seja, música adequada à encenação do esplendor e grandiloquência do Poder Real, com a Capela Real como palco privilegiado. A produção deste período é, por isso, quase exclusivamente dedicada à música religiosa.
![Te Deum laudamus Com toda a Orquestra / Musica de Marcos Portugal. - Rio de Janeiro: 1817. – Folha de rosto da partitura autógrafa [http://purl.pt/12123] marcos_portugal_mm2503](/images/stories/agenda/2012/marcos_portugal_mm2503.jpg) A situação dos músicos alterou-se radicalmente com o regresso da corte para Portugal, e a subsequente Independência do Brasil em 1822. A importância estratégica que a música de Marcos tinha tido, perdeu-se. A música do seu aluno D. Pedro, primeiro Imperador do Brasil, substituiu a música do mestre nas ocasiões mais importantes.
De acordo com Artigo 6. § 4º, da primeira Constituição do Brasil, de 1824, os cidadãos portugueses residentes que permanecessem no Brasil, automaticamente adquiriam a nacionalidade brasileira. Marcos Portugal não só se tornou brasileiro, como compôs um Hino da Independência do Brasil, cantado nas comemorações do 7 de Setembro durante dezenas de anos.
A Biblioteca Nacional de Portugal associa-se às comemorações dos 250 anos do nascimento desta incontornável figura da música luso-brasileira, através da publicação e lançamento de A obra religiosa de Marcos António Portugal (1762-1830): catálogo temático, crítica de fontes e de texto, proposta de cronologia, e de uma extensa exposição cobrindo todas as áreas da sua produção – dramática, religiosa e pedagógica –, além de peças de carácter biográfico. O cerne da exposição será proveniente dos fundos da BNP e da Biblioteca da Ajuda, possuidores de um importante acervo marciano, onde se inclui uma boa parte dos autógrafos musicais em existência.
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