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Prémio “Vida Literária” 2012
Público, 2012.03.19

O Poeta e ensaísta João Rui de Sousa doa o seu Espólio literário à BNP

 

rui_sousaJoão Rui de Sousa, poeta, ensaísta e crítico literário, formalizou, no dia 27 de Maio de 2011, a doação do seu Espólio literário à Biblioteca Nacional de Portugal A cerimónia teve lugar na Sala do Conselho, pelas 16h00, assinando o respectivo Termo,  em representação da BNP, o seu director, Jorge Couto. 

Para a BNP reveste-se de especial significado a doação do espólio de um colaborador de um passado recente, 1982 a 1993, período em que João Rui de Sousa integrou a equipa do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea (ACPC), a então recém-criada Área de Espólios.

Formado em Agronomia e licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, João Rui de Sousa estreou-se nas letras na revista Cassiopeia (1955) - de que foi um dos fundadores, com António Ramos Rosa, José Terra, José Bento e António Carlos - publicando aí os poemas A Morte da Paisagem e Poema Contíguo ao Ódio e o ensaio A Angústia e o Nosso Tempo, géneros literários de que é autor de referência. 

joao_rui_sousaNa poesia deu à estampa Circulação (1960), A Hipérbole na Cidade (1960), A Habitação dos Dias (1962), Meditação em Samos (1970), Corpo Terrestre (1972). Em 1983 reúne os poemas aí publicados com inéditos e dá corpo a O Fogo Repartido. Na década seguinte edita Enquanto a Noite, a Folhagem (1991), Palavra Azul e Quando (1991), Sonetos de Cogitação e Êxtase (1994), Obstinação do Corpo (1996) e Respirar pela Água (1998). São já do séc. XXI Os Percursos, as Estações (2000), Obra Poética: 1960-2000 (2002), Lavra e Pousio (2005) e Quarteto Para as Próximas Chuvas (2008), distinguido com o Prémio Nacional António Ramos Rosa e o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes.

No ensaio, publicou Fernando Pessoa Empregado de Escritório (1985; 2º ed. revista e aumentada, 2010), Este Rio de Quatro Afluentes (1988), António Ramos Rosa ou o Diálogo com o Universo (1988). Mas é muito vasta a sua colaboração na imprensa – em, por exemplo, Cadernos do Meio-dia, A Capital, Colóquio Letras, Folhas de Poesia, JL, Nova Renascença, Revista da Biblioteca Nacional, O Tempo e o Modo ou na Seara Nova – onde, como ensaísta e crítico literário, contribuiu, de forma indelével, para o conhecimento e interpretação críticos da Literatura Portuguesa da segunda metade de Novecentos e início do presente século.

João Rui de Sousa é ainda editor literário da antologia de poemas de Adolfo Casais Monteiro (1973) e das Poesias Completas do mesmo autor (1993), bem como prefaciador de diversas obras de outros autores. Sob a chancela da Biblioteca Nacional, reflectindo o seu labor na Instituição, regista-se o seu contributo para a iniciativa Fernando Pessoa: o último ano (1985), catálogo da exposição comemorativa do cinquentenário da morte do Poeta, de que foi um dos organizadores, a Fotobibliografia de Fernando Pessoa (1988), prefaciada por Eduardo Lourenço, e Poesia e Alguma Prosa, de Mário Saa (2006).

De investigador de espólios à guarda do ACPC João Rui de Sousa passa a doador e a autor aí representado. Contribui, também desta forma, para o enriquecimento de um arquivo relevante no domínio da História da Literatura Portuguesa Contemporânea. O seu acervo literário é constituído, para já, por parte do epistolário – cartas de/a António Ramos Rosa, Eugénio Lisboa, João Bigotte Chorão, João Palma-Ferreira, Jorge de Sena, José Carlos Gonzalez, Luís Amaro, Luiz Pacheco, Natália Correia, Pedro da Silveira – cujos espólios já integram o ACPC -, e de, entre outros, Egito Gonçalves, Eugénio de Andrade, Fernando Guimarães, Herberto Hélder, Liberto Cruz, Maria Alzira Seixo ou Matilde Rosa Araújo.