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Doação do Espólio de Henrique Rosa à BNP

 

henrique_rosaO acto é firmado na BNP dia 17 de Outubro de 2007 com a assinatura do respectivo Termo de Doação, por representantes dos herdeiros ­ Sr.ª D. Maria Manuela Nogueira Rosa Murteira e Dr. Luís Miguel Nogueira Rosa Dias – e pelo Director-Geral da BNP, Jorge Couto.

Henrique dos Santos Rosa (1850-1925) foi oficial de Engenharia tendo exercido funções, ainda capitão, em 1876, na Direcção de Obras Públicas de Angola onde se manteve até 1881. De regresso à Metrópole e à sua cidade natal, Lisboa, serviu na inspecção da sua arma e, em comissão, no Ministério da Fazenda até 1903, data da sua aposentação com o posto de General de Brigada. Foi condecorado com a medalha militar de prata por comportamento exemplar e foi Oficial e Cavaleiro da Ordem de S. Bento de Avis desde 1895.

Era irmão do padrasto de Fernando Pessoa e com este privou de perto após o seu regresso de Durban (1905). Poeta e senhor de vasta cultura no domínio da filosofia, da história e da literatura, anticlerical e antimonárquico, terá influenciado o jovem Pessoa e foi seu iniciador nos saberes da teosofia e do espiritismo, temas que também o apaixonavam. Próximo de intelectuais do seu tempo – Pessoa conheceu Teixeira de Pascoais em sua casa – conviveu com Bulhão Pato, Augusto Gil, Albino Forjaz de Sampaio ou Silva Passos, entre outros.

henrique_rosa_e_e50_cx1_1Só em 1903 Henrique Rosa passa a publicar alguns dos seus versos em periódicos. À sua poesia não ficou indiferente Pessoa, que editará poemas seus na revista Athena, em 1924. A propósito desses versos escreveu Pedro da Silveira no número da Revista da Biblioteca Nacional que assinala o centenário do nascimento do autor de Mensagem: “a escassa mostra… dá para evidenciar … que [Henrique Rosa] se situa entre aqueles cuja voz assume timbre próprio, a individualidade que a faz inconfundível face às outras vozes da mesma geração. E é poeta em cuja poesia pulsa um coração que também pensa…”

Quis a generosidade dos herdeiros que o Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da BNP, que há muito guarda os “papéis” de Fernando Pessoa, passasse a integrar também o espólio literário de Henrique Rosa. É essencialmente constituído por manuscritos dos quais se pode destacar um conjunto de poemas organizado sob o título Neuresthenias.