Modelos conceptuais

A necessidade de repensar os conceitos subjacentes ao controlo bibliográfico surgiu em 1990, quando a Divisão para o Controlo Bibliográfico da IFLA organizou, em Estocolmo, um Seminário subordinado ao tema “Registos Bibliográficos”. O tema era, então, suscitado não só pela pressão na redução dos custos de catalogação mas também pelo reconhecimento da necessidade de uma resposta mais efetiva dos catálogos quer a uma cada vez maior diversidade de recursos, suportes e versões quer a um leque mais alargado de necessidades do utilizador. Uma das nove resoluções deste Seminário conduziu diretamente à realização do estudo FRBR, tendo como objetivo delinear, em termos definidos claramente, as funções a considerar para o registo bibliográfico com respeito ao alargamento de suportes, aplicações e necessidades dos utilizadores.

Functional Requirements of the Bibliographic Records – FRBR, publicado pela IFLA em 1998,  e editado em português pela BNP em 2008, foi o primeiro de uma série de estudos, ainda em evolução, sobre modelos conceptuais do universo bibliográfico. Seguiu-se-lhe estudo idêntico para os registos de autoridade – Functional Requirements for Authority Data - FRAD, publicado em 2009, e também já editado em português pela BNP; Functional Requirements for Subject Authority Data – FRSAD, publicado em linha em 2010;  e, ainda em desenvolvimento,  Functional Requirements for Bibliographic Records object-oriented – FRBRoo.

No seu conjunto, os modelos conceptuais constituem uma família de estudos estreitamente relacionados entre si, desenvolvidos como uma sucessão de diversos aspetos e níveis de aprofundamento teórico sobre o universo bibliográfico, utilizando metodologias menos usuais neste domínio, como a análise Entidade-Relação ou a Orientação por Objetos, e sob perspetivas que se pretendem independentes de quaisquer tradições conceptuais ou assunções apriorísticas sobre esse mesmo universo.