Princípios de catalogação

Durante mais de quatro décadas, os princípios mais gerais subjacentes à elaboração de catálogos bibliográficos estiveram consignados nos chamados Princípios de Paris, aprovados pela IFLA em 1961. No sentido de os repensar para o contexto e necessidades atuais, a Secção de Catalogação da IFLA, com o apoio da Secção das Bibliotecas Nacionais, organizou, entre 2003 e 2007, uma série de reuniões de especialistas em códigos de catalogação, realizadas em diferentes regiões do mundo, conhecidas por IME-ICC - IFLA Meeting of Experts on an International Cataloguing Code.

Desta série de reuniões, cujas atas se encontram publicadas em quatro volumes da coleção IFLA Series on Bibliographic Control, resultou a aprovação e publicação, em 2009, de uma nova Declaração de Princípios Internacionais de Catalogação, disponível em várias línguas, incluindo o português, numa versão que resulta da harmonização terminológica entre Portugal e Brasil.

A nova Declaração de Princípios incorpora no seu articulado os conceitos de FRBR e aplica-se tanto aos registos bibliográficos como aos de autoridade, independentemente do tipo de recurso descrito. Destinando-se, essencialmente, a orientar o trabalho de quem elabora regras de catalogação, compreende um conjunto de princípios gerais conducentes a que os futuros códigos de catalogação sejam de fácil compreensão e providenciem os elementos de dados focados nas operações dos utilizadores.

São, assim, enunciados na Declaração os princípios do uso comum, da suficiência e necessidade e da economia, que permitam fornecer dados precisos e os elementos mínimos necessários para identificar os recursos; os princípios da representação, exatidão e consistência e normalização para providenciar descrições e pontos de acesso fidedignos e normalizados, baseados num conjunto de regras comuns e abrangentes a todos os tipos de materiais.