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Datada de 4 de Abril de 1845, a carta adquirida pela BNP ao livreiro José Manuel Rodrigues é importante a diversos títulos. Decorrente da confiança e da reconhecida probidade e experiência da casa Bertrand, já então antiga, Alexandre Herculano escreve, com a clareza de sempre: “Eu sou um asno tão perfeito em matérias de contas e de dinheiro que me parece que qualquer dia me fazem ministro da Fazenda”, e, continuando, mostra desejo de à mesma casa entregar tudo “quanto publicar”. Mas o autor que se preza, opina sobre o formato dos volumes (“deve abranger bastantes”), chama a si a revisão (“em obras históricas é indispensável que ela seja feita pelo autor”), propõe-se “nas cidades principais” angariar “assinaturas que sejam seguras”; além do pagamento pretendia oito ou dez exemplares “em papel melhor se houver” e outros oito ou dez em papel comum... É de lembrar que Herculano tinha experiência no campo editorial, obtida na direcção de O Panorama, por alguns anos, desde 1836; e em outros momentos acedeu a dar conselhos quanto a publicações alheias: o formato, o alexandre_herculano_0002papel, as condições de mercado, o conteúdo e o gosto do público.

 

Saíu, enfim, a História de Portugal, no ano seguinte ao da carta em objecto, em 1846, e cujo último volume desta primeira edição seria de 1849; quando Herculano faleceu, em 1877, estava em curso, também da casa Bertrand, a 4.ª edição, começada em 1875. Em carta a José Gomes Monteiro dirá, com modesta sobriedade, que outros a poderiam ter produzido e apenas se reconhecia “uma virtude asinina: a tenacidade”. O que entre as partes se acertou foi cumprido, como se cumpriria para outras obras suas. E em 1872 escrevia a um dos Basto que esta relação de três décadas constituía “uma excelente lição para editores e autores”.

 

A carta em objecto, publicada por D. José Pessanha em 1910, por ocasião do centenário de Herculano e daí várias vezes retomada, não perdeu interesse: o original vem, pois, enriquecer os ricos fundos patrimoniais da Instituição.