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Marcos Portugal (1762-1830): Matinas do Natal (1811)

CONFERÊNCIA | 2 de Julho de 2009 | 18h00 | Auditório da BNP | Entrada livre

 

mp_carvalhaes_thumbO percurso profissional do compositor e organista Marcos Portugal constitui caso único na história de Portugal e do Brasil pela projecção e disseminação sem paralelo da sua música dramática e religiosa. Esta notoriedade contrasta com as raras gravações e o ínfimo número de edições musicais disponíveis.

A fama internacional de Marco Portogallo – assim se tornou conhecido fora de Portugal – teve o epicentro em Itália, onde, em finais do século XVIII e em apenas seis anos e meio, estreia 22 óperas com um sucesso sem precedentes: as réplicas contam-se pelas centenas e as récitas pelos milhares. Este fenómeno cedo extravasa as fronteiras daquele país e, a partir de 1793, a obra dramática – em especial as opere buffe e farsas – é cantada em várias línguas (italiano, português, alemão e russo) em muitos países europeus e no Brasil. 

fcr-168-84-00001_thumbEm contraponto à obra dramática, concentrada no período 1784–1806, Marcos Portugal dedicou-se regular e consistentemente à música religiosa desde os tempos de jovem estudante no Seminário da Patriarcal até ao fim da sua carreira de compositor. Na realidade, estudos recentes indicam que a obra religiosa possui uma envergadura inusitada no contexto da música portuguesa e brasileira contemporânea. Nestes dois países, a produção religiosa de Marcos, da qual sobreviveram mais de 130 obras completas, foi de uma influência que ainda está por avaliar cabalmente, mas as mais de 700 cópias manuscritas existentes em arquivos e bibliotecas dos dois países, assim como o elevado número de compositores que a adaptaram, recriando-a para novas funções e meios instrumentais/vocais, indicam que, durante um século, marcou significativamente os paradigmas vigentes.

A 7 de Janeiro de 1811 o compositor é convocado individualmente e com carácter de urgência para ir «servir o Príncipe Regente Nosso Senhor» na Corte do Rio de Janeiro. As Matinas do Natal [P 03.16] terá sido a segunda obra composta de raiz em terras brasileiras, e está inextricavelmente ligada à Missa Pastoril (1811) [CPM 108] do Mestre da Capela Real José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). As duas obras testemunham uma desconhecida e estreita colaboração entre os dois compositores.

A conferência, que se insere no programa Música na Biblioteca, será ilustrada com exemplos musicais das Matinas do Natal retirados da gravação realizada pelo grupo suíço Ensemble Turicum (CD ainda não disponível comercialmente).

ANTÓNIO JORGE MARQUES