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Nos 50 anos da Independência de Angola

Como se constrói um país: diálogos interdisciplinares

SEMINÁRIO | 22 e 23 maio | 9h30-18h00 | Entrada livre | Transmissão online

 

 

A 11 de novembro, Angola completa e celebra os 50 anos de Independência. Contudo, a história de Angola não tem início em 1974, e tão-pouco com os portugueses. Revisitar o passado, a ocupação colonial e os últimos 50 anos da sua história, é imperativo para pensar um país independente e consciente do caminho percorrido, entre a utopia e a vivência real, entre a libertação do jugo colonial e as condições materiais em que se vive na Angola de hoje. As dinâmicas desenvolvidas ao longo dos anos pós-independência são ainda de exclusão, crise e pouca expectativa de ascensão social.

 

É preciso colmatar a tendência de contarmos esta história, nomeadamente do colonialismo e das guerras, sempre e apenas na visão do lado português, considerando a produção de conhecimento sobre Angola e sobre o colonialismo nas universidades portuguesas. É imperativo escutar o que pensam os angolanos, como viveram ou narram os processos de Independência e os percursos da sua história nacional. No intuito de construir novas mundividências, tentaremos pensar estratégias e consolidar o conhecimento sobre o país, sob o pretexto do momento fundacional que foi a Independência, proclamada a 11 de novembro de 1975. Se a independência foi uma festa, a celebração conviveu com o medo a ferro e fogo e, se o futuro era incerto para os jovens de então, também o é para os jovens de hoje.

 

Olhar criticamente para a história e para a sociedade é o melhor modo de aprender, transmitir e desenvolvê-las. Assim, no sentido de abordar a complexidade dos diferentes momentos - como o colonialismo, a Luta de Libertação, a Independência, a guerra civil, a difícil aprendizagem da democracia, a transmissão da história, patrimónios difíceis e reparações e a situação atual nas suas urgências - incitamos ao exercício de pensar em conjunto também sobre as promessas da Independência que não foram cumpridas. Para isso convocamos perspetivas intergeracionais trazidas pelos oradores, entre docentes, investigadores, jornalistas, arquitetos e ativistas, na grande maioria angolanos, farão uma viagem pelas lutas, resistências, feridas e cicatrizes, pelas identidades (re)construídas, pelas expectativas e realidades, atravessando aspetos políticos, económicos, sociais e culturais do passado e presente de Angola que, "tal como as buganvílias, floresce no meio da tempestade" - verso de Ana Paula Tavares.

É organizado pela associação BUALA, nas figuras de Marta Lança, editora e investigadora com uma relação laboral e afetiva de longa data com Angola, e das professoras angolanas Elisabete Vera Cruz e Leopoldina Fekayamãle, com formação em ciências humanas. Terá ainda uma dimensão cultural com filmes e debates na Casa do Comum, nos dias 24 e 25.


 


https://www.casadocomum.org/coloquio-50-anos-da-independencia-de-angola/




PROGRAMA


DIA 22 quinta-feira

 

9:30 - 10:30 Abertura

 

Diogo Ramada Curto (diretor da Biblioteca Nacional)

 

Leopoldina Fekayamãle (FCSH - UNL)

 

Marta Lança  (FCSH - UNL)


10:30 - 11:30 Anti-colonialismo e Luta de Libertação

 

Diana Andringa (jornalista) - Era assim, à distância...

 

Henda Ducados (economista e socióloga)- Do canto ao grito e do grito ao canto, reflexões sobre o papel de Mário Pinto de Andrade.

 

Salvador Tito (Univ. Coimbra) - Um país, uma "independência" utópica: A Geração da Utopia.

 

11:30 - 12:30 Debate


14:30 - 15:30 Independência

 

Ana Paula Tavares (FLUL) - Das razões de Angola: identidade, pertença e novas formas de nomear o mundo.

 

Hélder Bahu (ISCED-Huíla) - O paradigma da historiografia angolana entre 1975-2002.

 

Jean Michel Mabeko Tali (Univ. de Howard, EUA) - A questão da identidade nacional nas transições políticas: meandros e tabus.


15:30 - 16:15 Debate

 

16:15 - 17:15. Aprender a democracia

 

Israel Campos (Univ. Leeds, UK) - Narrativas contestadas: a Imprensa na construção de memórias coletivas.

 

Luzia Moniz (jornalista, PADEMA) - Eleições, indústria da fraude e a pobreza.

 

Sedrick de Carvalho (editor e jornalista)- Sociedade civil e novas alianças políticas.

 

17:15 - 18:30 Debate

 

 

 

DIA 23 sexta-feira

 

9:30 - 10:30 Como a nossa história é contada

 

Sizaltina Cutaia (Ondjango Feminista)- Cidadãs de segunda classe: a realidade das mulheres.

 

Vladimir Prata (jornalista) - As barreiras a um jornalismo livre para contar a história.

 

Zezé Nguelleka (ISCED-Huíla) - Essa língua que nos une historicamente.

 

10:30 - 11:00 Debate


11:00 - 12:00 Patrimónios difíceis e Reparações

 

Ângela Mingas (atelier ARQiary) - Os musseques: a ressignificação da memória urbana e a visão do futuro.

 

Jonuel Gonçalves (Univ. Federal Fluminense, Rio de Janeiro) - A resistência político-cultural, da Segunda Guerra Mundial à Independência.

 

Maria João Teles Grilo (atelier Metapolis)- Espaço público: reconceptualizações e justiça social.

 

Suzana Sousa (Univ. Western Cape e Univ. de Luanda) - Histórias emaranhadas: restituição, legados e narrativas históricas.

 

12:00 - 12:30 Debate


14:30 - 15:30 Angola Urgente

 

César Chiyaya (analista idependente) - A ilusão democrática: 1992 para a frente.

 

Dina Sousa Santos (Univ. Portsmouth, UK)- Vozes da diáspora: perspectivas alternativas de pensar e "escrever" uma nação.

 

Elias Celestino (Biso) - Angolanidade: a superação dos complexos de identidade como fator de desenvolvimento.

 

15:30 - 16:30 Debate


17:00 Intervenção de encerramento

 

Elisabete C. Vera Cruz (Univ. Agostinho Neto)  - Do pretérito e futuro imperfeito(s), à encruzilhada do presente.

 

19:30 Jantar com os convidados na Casa Mocambo.


 



Durante o seminário haverá uma banca de livros da FALAS AFRIKANAS.


Organização: BUALA com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian