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Folha de sala
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Histórias da história da Biblioteca Nacional
1927. O ano em que a BN organizou dois golpes de Estado
DESTAQUE | 7 mar. - 14 jun. '25 | Sala de Referência | Entrada livre
Histórias contadas em pequenas mostras com destaque para alguns episódios curiosos da vida da Biblioteca Nacional durante a sua existência de mais de 200 anos. Os documentos e objetos investigados e expostos darão voz a aspetos pouco conhecidos de um património onde há muito para descobrir.
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Esta pequena mostra da conta do papel que figuras importantes da Biblioteca Nacional tiveram nos movimentos revolucionários que eclodiram após o movimento militar do 28 de maio de 1926.
Em meados de 1926, a sociedade portuguesa conhecia grandes fraturas e desinteligências, não apenas no campo do regime derrubado, mas também entre as espadas dos sublevados que marcharam sobre Lisboa, evidência que Arnaldo Madureira escalpelizou no seu já clássico O 28 de Maio: elementos para a sua compreensão.
No seio da junta militar evidenciavam‐se três linhas distintas: a de Mendes Cabeçadas que advogava uma ditadura de saneamento que permitisse repor a normalidade republicana do status quo ante desgastada por anos de quezílias; a de Sinel de Cordes e Óscar Carmona que se inclinava para a implantação de uma ditadura conservadora e, por último, a de Gomes da Costa que se inspirava num modelo autoritário e musculado próximo das governações dos generais Primo de Rivera em Espanha, Pangalos na Grécia e Pilsudsky na Polónia, corrente em que também se destacava a voz do irrequieto jornalista e polemista Homem Cristo Filho, favorável ao ascendente fascismo mussoliniano, bem como elementos do Integralismo. Cedo, estas três correntes divergiram. Cabeçadas foi alijado em junho de 1926, Gomes da Costa subiu a chefe do governo com todos os poderes inerentes a chefe de Estado, para logo, um mês volvido, dar lugar a Carmona.
Nos dois movimentos revolucionários que marcaram o ano de 1927 - a revolta de fevereiro e o golpe de 12 de agosto - participaram, respetivamente, Jaime Cortesão, Raul Proença e António Sérgio - diretor, chefe dos Serviços Técnicos e sub‐bibliotecário assalariado da Biblioteca Nacional - e Fidelino de Sousa Figueiredo, diretor da BN pela segunda vez em menos de uma década.
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