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Quando a luz do teu corpo me cega
LANÇAMENTO | 10 dez. '24 | 18h00 | Auditório | Entrada livre
Quando a Luz do Meu Corpo me Cega, verdadeira gramática, quase uma enciclopédia do amor, obra simultaneamente complexa e de uma simplicidade mágica, junta num mesmo sortilégio palavra e imagem.
Esta obra que ficará como uma referência importante do nosso lirismo marca o encontro da poesia de Gonçalo Salvado já consagrado como um dos nomes mais significativos da poesia de índole amorosa em Portugal da atualidade - premiado com o Prémio da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, Sophia de Mello Breyner pelo conjunto da obra poética em 2003 e o Prémio Álvares de Azevedo pelo seu livro de poesia Denudata - com os soberbos e minimalistas e depurados, desenhos de Álvaro Siza Vieira, arquiteto artista que tem vindo a dedicar-se na sua arte a lançar os alicerces do grande edifício do Ser, de que é um obreiro de eleição. As imagens, completam a musical sinfonia das palavras.
A poesia de Gonçalo Salvado alimenta-se dos diversos afluentes, temas dos outros livros do autor, a poesia e os textos de amor ancestrais e da grande tradição do lirismo, do Cântico dos Cânticos, de Safo, Ovídio e Omar Khayyam a Camões, Bocage, Leonardo Coimbra, Florbela Espanca, Pablo Neruda, Octavio Paz, Paul Éluard, Herberto Hélder, António Ramos Rosa e David Mourão-Ferreira, entre muitos outros.
O ritual do amor, nas infinitas variações amorosas da palavra, encontra uma soberba correspondência na eloquente depuração das linhas de Siza Vieira rumo à imaterial transcendência, ao mistério mais absoluto, a que as imagens, literária e plástica, apelam.
Nos desenhos a extrema depuração é eficaz e eloquente. As linhas delicadamente subtis, precisas, preciosas, matisseanas, do artista e as palavras densas, enamoradas da claridade, do discurso igualmente depurado do poeta, tendem para a síntese, na infindável litania amorosa, que é uma forma de invocação, um apelo à revelação que por vezes os desenhos parecem não apenas corporizar, mas evocar, invocar.
Celebração da mulher como realidade, como metáfora e como símbolo, e do ritual amoroso a que ela dá um sentido.
Palavra e imagem desenham um mesmo corpo nas suas variações infinitas. Corpo material e imaterial, real e imaginário, do arquétipo, mais ardente do que o fogo, mais luminoso do que a luz e que traduz a sua essência última, próxima do divino. Inominável.
Siza Vieira deixou em Portugal a marca do seu talento de arquiteto internacionalmente reconhecido, este grande livro que tive a honra de prefaciar representará, em conjunção com a poesia de Gonçalo Salvado, um verdadeiro, intemporal e universal monumento para os vindouros."
Maria João Fernandes
Crítica de Arte e Poeta
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