Biblioteca Nacional de Portugal
Serviço de Actividades Culturais
Campo Grande, 83
1749-081 Lisboa
Portugal
Informações
Serviço de Relações Públicas
Tel. 217982167 / 217982424
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar
|
Estranhos na Sua Terra
LANÇAMENTO | 27 nov. '24 | 17h30-19h30 | Sala do Átrio | Entrada livre
«Por que razão os mercadores cristãos-novos, descendentes dos judeus que haviam sido forçados a converter-se ao cristianismo, na Península Ibérica, entre 1391 e 1497, têm uma ascensão que os leva a desempenhar um papel fundamental no comércio intercontinental, nos dois séculos seguintes, para depois entrarem em declínio e desaparecerem praticamente como uma elite étnica, em meados do século XVIII?».
É com esta questão que o autor começa a introdução da sua obra e descreve-a como a linha que orienta todo o seu estudo. Seguem-se 650 páginas de uma história contada de forma cronológica, dividida em quatro partes e com o apoio de imagens, mapas, um glossário e notas.
O King's College em Londres, universidade onde Francisco Bethencourt dá aulas, descreve-o como «um dos principais historiadores do mundo lusófono». Para esta obra, o autor desenvolveu um trabalho de investigação que passou por seis países e 18 arquivos.
Francisco Bethencourt estima que existiam cerca de 260 mil cristãos-novos em 1500, mais de metade da população urbana da Península Ibérica. A maioria deles permaneceu na Ibéria, mas um número considerável viajou para a Europa, África, Médio Oriente, o litoral asiático e o Novo Mundo, tendo estabelecido comunidades sefarditas no norte de África, Império Otomano, Itália, Amsterdão, Hamburgo e Londres. Bethencourt centra-se na elite de banqueiros, financeiros e mercadores, entre os séculos XV e XVIII, e no papel crucial deste grupo no comércio global e nos serviços financeiros. Analisa o seu impacto na religião (por exemplo, com Teresa de Ávila), pensamento jurídico e político (Las Casas), ciência (Amatus Lusitanus), filosofia (Spinoza) e literatura (Enríquez Gomez).
«Com frontalidade, Bethencourt aborda um tópico complexo e divisivo. Os especialistas ficarão deslumbrados com a sua exposição sábia e abrangente. Todos os leitores encontrarão as pistas para um debate académico urgente sobre as primitivas e variadas manifestações do pensamento racializado.»
Francesca Trivellato
Institute for Advanced Study, Princeton
Leonor Freire Costa (ISEG), José Pedro Paiva (FLUC) e José Alberto Tavim (FLUL) apresentaram o livro, numa sessão moderada por Diogo Ramada Curto.
|