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Livro das receitas de doces e cosinhados (...),

de Soror Maria Leocádia do Monte do Carmo, 1729: interrogações sobre a sua autenticidade

CONFERÊNCIA | 22 out. '24 | 18h00 | Auditório | Entrada livre

 

O denominado Livro das receitas de doces e cosinhados vários d'este convento de Santa Clara d'Évora, datado de 1729, tem sido considerado pelos investigadores em História da Alimentação como o único testemunho escrito conhecido de uma compilação de receitas conventuais femininas de doces. Trata-se de um conjunto de apenas 10 receitas que, segundo informações dentro do receituário, teriam sido compiladas por ordem da Abadessa Maria Leocádia do Monte do Carmo, do Convento de Santa Clara de Évora, tendo cabido à escrivã Inês Maria do Rosário o seu registo.

 

O manuscrito integrava a biblioteca pessoal do etnógrafo Francisco Lage (1888-1957) e foi uma das obras que foi a leilão em 1959, após a sua morte, passando, a partir desta data, a integrar o espólio da Biblioteca Nacional.

 

Em 1967 foi publicado um fac-simile do documento por Manuel Lopes e só em 2002 seria integralmente transcrito por Leila Algranti em um artigo de especialidade.


Até à presente data, o manuscrito foi largas vezes citado e apresentado como um raro exemplar das dinâmicas inerentes à produção de doces dentro dos conventos, nomeadamente na dimensão económica que estas representariam dentro das instituições, emprestando, em certa medida, suporte histórico a um conceito de "doçaria conventual" e mitos associados que, desde há cerca de uma década, têm sido consecutivamente refutados pelos investigadores.


Todavia, estudos de pormenor sobre o conteúdo do receituário levados a cabo durante os últimos anos permitiram levantar algumas interrogações sobre a autenticidade do manuscrito, nomeadamente quanto à originalidade das receitas registadas e identidade das religiosas citadas.

 

Assim, a presente conferência pretende revelar os resultados preliminares das mais recentes investigações desenvolvidas por Isabel Drumond Braga (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e João Pedro Gomes (Escola Superior de Educação de Coimbra) sobre este peculiar documento.