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Histórias da história da Biblioteca Nacional
Cem anos da chegada do Cancioneiro da Biblioteca Nacional
DESTAQUE | 5 jul. - 5 out. '24 | Sala de Referência | Entrada livre
Histórias contadas em pequenas mostras com destaque para alguns episódios curiosos da vida da Biblioteca Nacional durante a sua existência de mais de 200 anos. Os documentos e objetos investigados e expostos darão voz a aspetos pouco conhecidos de um património onde há muito para descobrir.
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Em agosto de 1919, ano em que tomara posse como diretor da Biblioteca Nacional, Jaime Cortesão desloca-se a Itália para tratar de um relevante assunto de interesse nacional, a posse de um códice quinhentista cuja aquisição urgia negociar antes que fosse adquirido por instituições de países terceiros. Tratava-se do Cancioneiro Colocci-Brancuti, assim chamado pois que pertencera ao humanista Angelo Colocci (1467-1549) e depois transitara para a biblioteca do conde Brancuti (BNP: https://purl.pt/15000).
A paixão pela chamada Idade Média manifestou-se em Portugal com notável atraso, em pleno século XIX, época de amadurecimento dos estudos filológicos e da formalização das ciências históricas. A revelação do Cancioneiro da Ajuda, executado entre 1280 e 1350, ocorreu na década de 1830 e o Cancioneiro da Vaticana concitou interesse em finais dos anos de 1840.
O Cancioneiro Colocci-Brancuti, apógrafo que integrava 1560 poesias e era o mais extenso, foi redescoberto em 1875 na biblioteca do conde Brancuti e teve edição do filólogo Enrico Molteni. O seu paradeiro, raridade e extensão foram objeto de grande curiosidade plasmada em inúmeros estudos em revistas europeias de Filologia e História da Literatura e chamou a atenção de Teófilo Braga e Leite de Vasconcelos.
A transação, que contou com a colaboração de Carolina Michaëlis durante os meses de difíceis contactos com os vendedores, foi concluída em 26 de fevereiro de 1924 e o Cancioneiro foi recebido com pompa e circunstância na Biblioteca Nacional por António Sérgio, ministro da Instrução, Leite de Vasconcelos, José Maria Rodrigues, José de Figueiredo, Afonso Lopes Vieira, Agostinho de Campos, Reynaldo dos Santos, Carlos Selvagem, Raúl Brandão e o diretor da Biblioteca Jaime Cortesão.
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