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Música Portuguesa para Saxofone e Orquestra

LANÇAMENTO | 30 maio '23 | 18h30 | Auditório | Entrada livre


 

Com a presença dos compositores, solista, Jan Wierzba, José Fortes, Miguel Mares e MPMP.
Pequenas palestra, estreia dos vídeos de cada obra, moscatel de honra, sessão de autógrafos.

 

cd_joao_pedro_silva_capaCONCERTO PARA SAXOFONE, PIANO E ORQUESTA
Daniel Bernardes

A encomenda de uma obra orquestral é sempre motivo de grande felicidade! Nesta obra procurei transpor para o efectivo orquestral três dimensões importantes da minha relação com a música: 1 - a abordagem arquitectónica à música, com o desenvolvimento de um conceito que dita o desenrolar dos acontecimentos; 2 - a vertente emocional, a busca poética do sonho; 3 - a dimensão física da prática instrumental.

 

O primeiro andamento tem por base um crossfade - desaparecimento gradual de um elemento em justaposição com o aparecimento de outro - entre uma linha dodecafónica e o seu retrógrado. Ouvimos um loop de 11 tempos que a cada repetição subtrai alturas da linha original para dar lugar a alturas do seu retrógrado. As alturas de cada linha são depois harmonizadas livremente com uma de seis possibilidades de estrutura harmónica que fazem parte de um léxico escolhido por mim há uns anos e que são relativamente frequentes na minha música: se alguém tiver sugestões de nome para elas, eu ainda não encontrei uma solução satisfatória...

 

Como referido, o segundo andamento é emoção. O motivo ingénuo do piano - infantil até - dialoga com a improvisação escrita da parte do saxofone e as cordas dão-lhe a intensidade emocional que pretendia. Por fim, o último andamento tem por base um ostinato na mão esquerda do piano, sobre o qual ouvimos uma improvisação escrita também ela harmonizada com estruturas a que, à falta de melhor, vou chamar "Jorge". A orquestração contribui para um crescendo gradual, ao longo do qual acontecem algumas sobreposições rítmicas (um 12/8 sobre o 5/4 nas violas por exemplo) que apimentam um pouco o desenrolar do andamento.

 

Enquanto compositor e intérprete foi uma felicidade enorme gravar esta música e presenciar o balanço que a orquestra conseguiu incutir a uma música muito jazzística em certos momentos. Ao João Pedro Silva a minha profunda admiração: é preciso um grande intérprete para realizar um disco com músicas tão diferentes, e o João alia um domínio ímpar do(s) saxofone(s) a uma grande sensibilidade e inteligência que lhe permitem mergulhar em diferentes águas e manter um nível de excelência que não está ao alcance de todos. Bravo!


KOKYUU- CONCERTO PARA SAXOFONE E ORQUESTRA
Luís Tinoco

Kokyuu - Concerto para Saxofone e Orquestra foi escrito para o meu amigo João Pedro Silva, um músico formidável que muito admiro. A estreia estava originalmente planeada para integrar um programa cujo tema seria os "Loucos Anos 20", dedicado ao período que, depois de uma Guerra Mundial seguida da "gripe espanhola", se caracterizou por sentimentos de ânimo, desafogo e liberdade nos costumes.

 

Passados cem anos, vivemos também tempos loucos, porém de asfixia, causada tanto por uma nova pandemia, como pela multiplicação de ameaças nos mais variados domínios. Esta é, portanto, uma peça sobre respiração, sobre o ar que respiramos, escrita no ano louco de 2020 e estreada num tempo em que os músicos sobem ao palco com máscaras no rosto. Tratando-
-se de um concerto para um instrumento de sopro, o solista assume--se como metáfora desta condição, procurando pontos de equilíbrio e de harmonia com a orquestra, que pode ser também entendida como uma espécie de "pulmão" amplificado. 


NIMBUS, PARA SAXOFONONE SOPRANO E ORQUESTRA DE CORDAS
Lino Guerreiro

Dito pelo intérprete a quem se destina, João Pedro Silva, "será aquilo que tiver de ser". Nimbus é efectivamente uma obra que só podia ser assim. Conta uma história (da nossa colaboração continuada), através de uma pequena viagem que por uma linha ténue nos deixa na dúvida, e que tem como propósito mostrar que não existem respostas certas nem verdades absolutas.


JOYFUL CONCERTO, PARA SAXOFONE, ORQUESTRA, PERCUSSÃO E ÁUDIO
Jorge Salgueiro

A primeira vez que eu e o João Pedro falámos na possibilidade desta obra foi a propósito das comemorações do centenário sobre o fim da Primeira Guerra Mundial.
Muito se passou, entretanto, e em 2022 recuperámos a ideia. Um Joyful Concerto voltou a fazer sentido para mim como celebração do final de um outro período negro na história da Humanidade, nada comparável à Primeira Guerra Mundial, mas ainda assim suficientemente bizarro para comemorarmos o seu fim: 2020 e 2021.

 

Os três andamentos (Euphoria, Passion e Freedom) reflectem os sentimentos que o final desse período me trouxe. Depois de tudo o que vivi, continuo a achar que nada, mas mesmo nada, se deve sobrepor ao exercício da liberdade. Quantos morreram para que hoje as mulheres sejam mais livres, possam votar ou trabalhar, para o fim da escravatura, do apartheid ou de tantas ditaduras? Quantos morreram pela liberdade? É o nosso maior bem e nada se lhe deve sobrepor. Infelizmente, hoje, as guerras continuam e o mundo continua a construir fronteiras, muros, medos. Que esta obra nos leve por momentos para o lado bom da Humanidade ou que nos estimule a construí-lo.
Joyful Concerto é dedicado a João Pedro Silva.

 

 

 

cd_joao_pedro_silva_fotoSobre João Pedro Silva

É natural de Palmela, tendo iniciado os seus estudos musicais na Sociedade Filarmónica Humanitária (Palmela), com o Professor Silvério Camolas. Estudou na Escola Profissional de Música de Almada com Alberto Roque, na Escola de Jazz Luís Villas Boas (Hot Clube de Portugal) com Pedro Moreira e na Escola Superior de Música de Lisboa com José Massarrão. Em regime de Masterclasse também estudou com Daniel Deffayet, James Houlik, Jean-Marie Londeix, Claude Delangle, Jean-Yves Formeau, Vicent David, Carlos Martins, Jerry Bergonzi entre outros. Foi laureado de diversos concursos nacionais e internacionais.

 

É professor de saxofone e música de câmara na Escola Profissional de Música da Metropolitana e no  Conservatório  Regional  de  Palmela.  Em  coautoria  com Lino  Guerreiro,   escreveu   o   livro  O Saxofone Pedagógico, o primeiro método português para a aprendizagem do saxofone.

 

É membro fundador e vice-presidente da Associação Portuguesa do Saxofone (APS) e membro fundador do quarteto internacional de saxofones, BROS Quartet. É ainda membro do Artemsax, Duo Pedro Santos e João Pedro Silva, L.U.M.E. - Lisbon Underground Music Ensemble, Duo João Pedro Silva e Pedro Vieira de Almeida, Tenor Saxophone Colletive e TERRA.  É diretor artístico do Festival Internacional de Saxofone de Palmela (FISP) e do Ensemble de Saxofones da Metropolitana.

 

 

 

O evento tem entrada livre e o disco estará disponível para compra, no fim da apresentação.