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Descolonização e repatriamento na Península Ibérica
Descolonización y repatriación en la Península Ibérica
WORKSHOP | 20 mar. '23 | 15h00-18h00 | Auditório | Entrada livre
Não obstante as idiossincrasias de cada caso, Portugal e Espanha experienciaram processos históricos coloniais e migratórios contemporâneos semelhantes que justificam ser debatidos de maneira a trazer novas abordagens e perspetivas sobre os mesmos. Neste sentido, este workshop visa contribuir para a reflexão sobre os processos de descolonização e de retorno numa perspetiva comparada.
A partir da discussão científica deste tema, questiona-se como se processou o retorno a partir dos espaços coloniais, tendo em consideração os contextos políticos nacionais e internacionais e os processos de descolonização de cada país. Simultaneamente, analisa-se o estado em que se encontra o debate historiográfico e científico sobre este assunto e procura-se perceber em que medida a reflexão cruzada sobre as mobilidades realizadas fora dos espaços coloniais podem trazer novas pistas e sugerir abordagens inéditas acerca dos processos de retorno.
Programa
Sessão 1
Perspetivas comparadas das descolonizações Moderadora: Aurora Almada e Santos (IHC e IN2PAST - NOVA FCSH) Rui Feijó (CES-Coimbra) e Eloy Martin Corrales (Universitat Pompeu Fabra, Barcelona)
Sessão 2
“De volta” à Península Ibérica: olhares cruzados das mobilidades no tempo e no espaço Moderadora: Elsa Peralta (Centro de Estudos Comparatistas, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa) Retornar desde os espaços coloniais | Morgane Delaunay (Centro de Estudos Comparatistas, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa) e Francisco Bernal García (Universidad de Sevilla)
Moderadora: Marta Silva (IHC e IN2PAST - NOVA FCSH) Ser repatriado desde os países transatlânticos | Yvette Santos (IHC e IN2PAST - NOVA FCSH) e Alícia Gil Lázaro (Universidad de Sevilla)
Notas biográficas dos participantes
Alícia Gil Lázaro é doutorada em História pelo El Colegio do México (México) e pela Universidade de Alcalá e é professora na Universidade de Sevilha, Departamento de Economia e História Económica. É autora do livro Inmigración y retorno. Españoles en la México, 1900-1936 (Madrid, 2015). A sua investigação centra-se na repatriação assistida pelo Estado espanhol e no bem-estar das comunidades migrantes, especificamente na formação de Sociedades Benevolentes espanholas.
Aurora Almada e Santos é investigadora do IHC – NOVA FCSH, onde se tem dedicado ao estudo da dimensão internacional da descolonização portuguesa. É autora de diversas publicações, designadamente capítulos de livros e artigos em revistas científicas. Tem participado, com a apresentação de comunicações, em encontros científicos nacionais e internacionais. No âmbito das suas funções de investigadora merecem ainda destaque o desempenho de outras atividades como a edição de publicações, a organização de conferências, a revisão de artigos e a execução de projetos de investigação.
Eloy Martin Corrales, Professor aposentado da Universitat Pompeu Fabra de Barcelona (1996-2020), da Universitat Autònoma de Barcelona (1992-1996) e da Universidade de Sevilha (1989-1992). Autor de mais de duzentas publicações, incluindo livros e capítulos de livros, entre as mais recentes, Muslims in Spain, 1492-1814: Living and Negotiating in the Land of the Infidel (Leiden, Brill, 2020); como co-editor, La Guerra de Independencia de Argelia y sus repercusiones en España (Barcelona, 2018) e España frente a la independencia de Marruecos (Barcelona, 2017). Professor visitante na Sorbonne-Paris I Pnathéon, e na Université de Saint Joseph em Beirute.
Elsa Peralta é doutorada em antropologia e Investigadora Principal no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O seu trabalho é marcadamente interdisciplinar e centra-se na interseção entre modos privados e públicos de recordar eventos passados, em particular o passado colonial. Coordena o projeto “Constelações da Memória: Um Estudo Multidirecional da Migração e Memória Pós-colonial” (PTDC/SOC-ANT/4292/2021). Recentemente editou o livro The Retornados from the Portuguese Colonies in Africa: Memory, Narrative and History (Routledge, 2022).
Francisco Bernal García é doutorado em História e Civilização pelo Instituto Universitário Europeu de Florença e docente na Universidade de Sevilha, Departamento de Economia e História Económica. É o autor do livro El sindicalismo vertical. Burocracia, control laboral y representación de intereses en la España franquista, 1936-1951 (Madrid, 2010). A sua investigação centra-se no sindicalismo vertical na Espanha de Franco e no corporativismo na Europa durante o período do entre-duas-guerras. Iniciou, recentemente, uma nova linha de investigação sobre o regresso dos colonos espanhóis à metrópole depois da descolonização africana.
Marta Silva é investigadora no IHC - NOVA FCSH, onde obteve recentemente o doutoramento com sua tese sobre a intermediação irregular da emigração portuguesa para França no interior rural português (1950-1974). Ainda no domínio da história social e da história rural, é atualmente investigadora contratada no projeto multidisciplinar “FIREUSES - Paisagens de fogo: uma história política e ambiental dos grandes incêndios em Portugal (1950-2020)” (PTDC/HAR-HIS/4425/2021). Na sua última publicação, em coautoria com Yvette Santos, refletiu sobre o conceito de Migração (IHC, 2022).
Morgane Delaunay é investigadora de pós-doutoramento no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no quadro do projeto “Constellations of Memory: a multidirectional study of postcolonial migration and remembering" (PTDC/SOC-ANT/4292/2021). Realizou o seu doutoramento sobre a integração dos “retornados” em comparação com o caso francês dos “pieds-noirs” da Argélia, temas sobre os quais continua atualmente a trabalhar.
Rui Graça Feijó. Licenciado (Coimbra 1978) e doutorado (Oxfortd 1984) em História, fez a agregação (Coimbra 2017) em "Democracia no Século XXI". Dividiu a parte académica da sua vida profissional entre o ensino (FEP/UPorto, UAberta, UNTimor-Leste) e a investigação (CES/UCoimbra, IHC – NOVA FCSH). Nas duas últimas décadas dedicou parte importante da sua atividade ao estudo de Timor-Leste (história, formação social e vida política). Editou Timor-Leste: colonialismo, descolonização, lusutopia (Afrontamento 2016); Transformations in Independent Timor-Leste (com Susana de Matos Viegas; Routledge, 2017). Já este ano publicou, com Zélia Pereira (orgs.), Timor-Leste's Long Road to Independence. Transnational Perspectives (Amsterdam UP). Coordenou o projeto de investigação “A Autodeterminação de Timor-Leste: um estudo de História Transnacional” (FCT/PDTC/HAR-HIS/30670/2017).
Yvette Santos é investigadora doutorada contratada no IHC – NOVA FCSH. Defendeu a tese de doutoramento, em 2014, sobre o tema da política de emigração portuguesa do Estado Novo e, desde então, tem desenvolvido trabalhos de investigação sobre a indústria da emigração, o lóbi marítimo e sobre o retorno dos emigrantes portugueses.
Organizadores: Alícia Gil Lázaro, Francisco Bernal García, Morgane Delaunay e Yvette Santos.
Este evento é financiado por fundos nacionais, através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito dos projetos UIDB/04209/2020, UIDP/04209/2020, LA/P/0132/2020, e UIDB/00509/2020.
Este evento enquadra-se no projeto de I+D+i PID2021-127839 financiado por pelo Ministério da Ciência e Inovação de Espanha e pelo FEDER – Una manera de hacer Europa.
Imagem do cabeçalho: ANTT (PT/TT/SNI/ARQF/RP/002/29023/Rolo03Ng31). Independência de Moçambique. No estádio da Machava. Arriar da bandeira portuguesa. 25.06.1975
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