Isabel Araújo Branco organiza a edição de 2020/2021 das conferências dedicadas a «Literatura Escrita por Mulheres», a quarta deste ciclo de encontros realizado no âmbito da linha de investigação «
História das Mulheres e do Género», do CHAM-Centro de Humanidades NOVA.
A História tem vindo a ser escrita ao longo do tempo como um construto que generaliza a vivência humana através da padronização do e no masculino. História sem género, dir-se-ia, mas que afinal exclui as mulheres da história. A historiografia tem construído barreiras de análise cultural, social, religiosa e política que excluem as mulheres.
Com coordenação de Maria Barreto Dávila, a linha de investigação «
História das Mulheres e do Género», do CHAM pretende contrariar esta tendência e constituir-se como uma área de investigação inovadora e multidisciplinar.
Os Anjos, de Teolinda Gersão
Irei debruçar-me sobre a narrativa de Teolinda Gersão, Os Anjos (2000) com o objetivo de observar, através da lupa que este proporciona, um tópico recorrente nos estudos sobre a escrita de mulheres – o silêncio.
A leitura que proponho centra-se na relação entre o discurso feminino e o silêncio nas diversas modalidades que este aqui apresenta: os segredos, os sonhos e as fantasias, as memórias, as imagens e o tempo perdido.
Ana Paiva Morais
É docente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa onde leciona Literatura Medieval e Contemporânea Francesa e Portuguesa e Teoria Feminista.
O seu trabalho de investigação tem incidido principalmente sobre as narrativas breves medievais, em especial nas literaturas francesa e portuguesa. Interessa-se, também, pela recepção dos textos medievais na literatura moderna e contemporânea e pelas relações entre a literatura medieval e a literatura tradicional.
Tem trabalhos publicados sobre os «fabliaux», os exempla, o conto e a fábula da Idade Media. Coordenou o projecto coletivo A Fábula na literatura portuguesa: catálogo e história crítica.
Cabeçalho: pormenor da pintura Lettrice (Clara) de Federico Faruffini, ca. 1865. Disponível aqui