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Nova imagem gráfica da revista Seara Nova
APRESENTAÇÃO | 23 jan. '20 | 17h30 | Auditório | Entrada livre
 A Seara Nova entrou em 2020 com uma nova imagem gráfica, que se manifesta na revista impressa e no domínio web. Considerando o peso histórico e a tradição vanguardista da publicação, o projeto de design implementado terá necessariamente que ser consubstanciado por um sólido argumentário técnico e conceptual, tanto mais que se trata de uma evolução por rutura e não de continuidade. Assim sendo, e para que assinantes, leitores e colaboradores da revista conheçam com profundidade o sistema de valores plásticos e semânticos que sustentam o projeto, realizamos neste encontro na Biblioteca Nacional de Portugal a sua defesa e exposição.
A sessão é apresentada por Paulo Hasse Paixão, autor da nova imagem e por João Luiz Madeira Lopes, diretor da revista.
«A Seara Nova desenvolveu, desde a sua fundação em 1921 até ao final da década de setenta, um excepcional trabalho cívico, cultural e pedagógico centrado na necessidade de (re)descoberta do elemento social da democracia, na definição da verdadeira identidade das elites intelectuais, na actualização de soluções para os problemas estruturais da sociedade portuguesa, cujo diagnóstico sistemático não foi das suas menores preocupações.
Porém, não é simplesmente de uma revista que se trata. Uma publicação chamada Seara Nova pretendeu ser, desde 15 de Outubro de 1921, quando apareceu, o elemento visível de um profundo movimento de revitalizações, em que a elite política e a elite intelectual se encontravam e em ambas, mas afinal uma só, pretendiam alimentar-se da seiva popular tanto quanto dar uma direcção consciente à espontaneidade de vontades por vezes contraditória.
Não admira, por isso, que Seara Nova se desdobrasse, para ser ela própria, em movimento político autónomo embora não partido, em chancela editorial com um catálogo diversificado (poesia, ficção, histórica, política, divulgação), em opinião esclarecida livremente assumida pelos seus membros. Não admira, em suma, que tudo isto pudesse resumir-se na ideia de um espírito seareiro, ao qual se sentirão igualmente vinculados um modo peculiar de fazer jornalismo, um estilo de ilustração e de caricatura ou um exercício permanente de ensaio e de crítica.»
in António Pedro Pita, «Seara Nova: Razão, Democracia, Europa» (Campo das Letras, outubro de 2001)
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