Elaborado por Cristina Moisão, e publicado pelo Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa, este estudo versa os cirurgiões medievais portugueses como grupo social e profissional, no período compreendido entre o início da nacionalidade e o final do século XV.

Retrata  as doenças e traumatismos que levavam a intervenções, a prática de atos cirúrgicos, a legislação vigente,  a distribuição geográfica destes profissionais pelo território nacional, o grupo sócio-religioso em que estavam incluídos, a instrução que detinham e as suas relações familiares.

A pesquisa permitiu chegar a diversas conclusões, como as seguintes: a legislação portuguesa foi precoce, abrangente quanto a credo e a género, simultânea e semelhante à dos físicos; a prática da cirurgia estava sujeita a juramento ético e a autorização régia; o número de cirurgiões aumentou durante toda a Idade Média portuguesa; existiu uma ligação profícua com a corte e a aristocracia, mas não com o clero; muitos dos profissionais foram em simultâneo médicos e a inclusão profissional com o grupo dos barbeiros foi raríssima; possuíam residência estável, preferencialmente em meio urbano; detiveram relações familiares algo frequentes com indivíduos da mesma profissão; cerca de metade era de origem judaica; e muitos pertenceram ao grupo dos letrados.

Como atividade complementar, procede-se à publicação de algumas leis relacionadas com o tema.