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Folha de sala
Artigos relacionados:
O cromo colecionável em Portugal (2014) 60 anos da História de Portugal em cromos (2013)
Apoio:
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Cadernetas de cromos
100 anos do cromo colecionável em Portugal
COLÓQUIOS | 1 fev. '17 | 17h30 // 2 mar. '17 | 17h30 | Auditório | Entrada livre EXPOSIÇÃO | 1 fev. '17 | 19h15 | Galeria do Auditório | Entrada Livre / até 29 abr. '17
Exposição antecedida de colóquio inaugural com Carlos Gonçalves (Clube Português de Banda Desenhada) e João Manuel Mimoso, sobre a origem e a evolução das coleções de cromos dos rebuçados e caramelos em Portugal e de alguns dos seus fabricantes, desde a década de 1920 até à de 1960.
Dia 2 de março, um segundo colóquio pretende abordar os cromos-surpresa lançados pela Agência Portuguesa de Revistas em 1952 e prestar homenagem ao artista e ilustrador Carlos Alberto Santos (1933-2016):
- A história dos cromos-surpresa (João Manuel Mimoso) - A Agência Portuguesa de Revistas (Carlos Gonçalves) - Carlos Alberto Santos - a arte dos cromos (João Manuel Mimoso)
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Durante as primeiras décadas do século XIX só eram conhecidos processos de impressão de imagens a uma cor (geralmente negro) e as ilustrações coloridas que se encontram em livros dessa época eram aguareladas individualmente por pintores especializados. Mas em 1837 Engelmann registou um processo planigráfico que permitia a impressão a cores, a que chamou cromolitografia. Alguns anos mais tarde começaram a vulgarizar-se pequenas estampas produzidas por este processo a que se chamava cromos. A sua atratividade era tal que em breve os industriais e comerciantes começaram a associar cromolitografias aos seus produtos, quer como decoração da embalagem, quer como oferta aos compradores.
Portugal sempre foi um país ávido de novidades, com tendência para vogas imoderadas, e os cromos não foram exceção. A mania dos cromos correu o País em vagas distintas e sob diversas formas a partir da década de 1870: os cromos oferecidos pelos estabelecimentos comerciais; os cromos das caixas de fósforos e do tabaco; os postais ilustrados; os cromos dos chocolates, rebuçados e caramelos; e finalmente os cromos vendidos em envelopes-surpresa.
As melhores cadernetas de cromos constituem autênticos livros cujas ilustrações, por vezes notáveis, se sobrepõem aos textos formando monografias temáticas, mostras de carácter enciclopédico, histórias de banda desenhada ou simples registos de desportistas ativos num determinado contexto. Mas só se tornam livros depois de completadas e, talvez por isso, são lamentavelmente escassas nos espólios das bibliotecas públicas.
A exposição apresentada pela Biblioteca Nacional com o apoio do Clube Português da Banda Desenhada representa, assim, um evento digno de nota, quer por oferecer pela primeira vez no contexto cultural de uma grande biblioteca um meio tantas vezes secundarizado, quer por ter conseguido reunir um espólio notável abrangendo um século a partir da década de 1870. Será constituída por três núcleos principais: uma introdução que conduz o visitante através das primeiras cinco décadas do periodo; uma parte dedicada aos cromos oferecidos na compra de guloseimas, cobrindo cerca de quatro décadas; e um grupo respeitante aos cromos enquanto produtos vendáveis, apresentando exemplos desde a sua origem até 1974.
A mostra é dedicada ao cromo em Portugal mas, além das coleções nacionais expostas, inclui também algumas edições estrangeiras com elas relacionadas, ilustrações originais; uma máquina de fabricar rebuçados; latas de caramelos; brindes das coleções... reminiscências com história de um quotidiano nacional cuja memória merece ser conservada.
João Manuel Mimoso
Cabeçalho: pormenor das páginas centrais de Caramelos Aves, coleção de produção nacional da Fábrica A Brazileira de Lisboa, cópia de cromos estrangeiros (década de 1930).
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