Biblioteca Nacional de Portugal
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Horário
2.ª - 6.ª 09h30 - 19h30
sáb. 09h30 - 17h30
Programa Coro TNSC
![Fundação José Saramago](/images/stories/LOGOTIPOS/fundacao_jsaramago.jpg)
![Teatro Nacional de São Carlos](/images/stories/LOGOTIPOS/tnsc3.jpg)
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Doação do Espólio de José Saramago nos 18 anos da entrega do Prémio Nobel
DOAÇÃO DO ESPÓLIO | 10 dez. '16 | 15h00 | Sala de Leitura | Entrada Livre
/ Momento musical pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos com direção musical de Giovanni Andreoli
![José Saramago](/images/stories/agenda/2016/saramago.jpg) No dia 10 de dezembro de 2016, dezoito anos após José Saramago ter sido agraciado com o Prémio Nobel da Literatura, é formalizado o ato de transmissão do seu espólio para a BNP, por generosa doação das suas legatárias, Violante Saramago Matos e Pilar Del Rio.
Com esta decisão concretizam um serviço inestimável à sociedade, à cultura e à investigação, permitindo que Saramago fique cabalmente representado no extenso património de papéis pessoais de quase duas centenas de figuras nacionais de relevo dos últimos dois séculos, que integram o Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da BNP.
A doação do Espólio prossegue aquela que era a vontade do Escritor, que já na década de 90 havia encetado contactos nesse sentido com a Instituição e entregue, em diferentes ocasiões (1994, 1998 e 1999), conjuntos de documentos entre os quais se contam textos próprios – destacando-se o orignal de O ano da morte de Ricardo Reis e materiais da sua preparação, como uma agenda de 1983 adaptada ao ano de 1936 - manuscritos de terceiros, correspondência e o original do diploma do Prémio Nobel da Literatura.
![Diploma concedido a José Saramago pela Academia Sueca como Prémio Nobel da Literatura. 1998 (BNP Esp. N45 /186)](/images/stories/agenda/2016/saramago_nobel.jpg) Os testemunhos do percurso de vida e criação de José Saramago, e da sua relação com outros, vêm, assim, ao encontro de um futuro que o autor preconizou: a “entrega do que nunca tive dúvidas devia ter como destino a Biblioteca Nacional. […] Um dia destes, com vagar, vou dar uma volta aos meus desordenados arquivos. Há cartas, papéis, manuscritos que não tenho o direito de conservar como coisa minha, pois pertencem a todos” (Saramago, em fax à Diretora da BN, 22 de março de 1994).
José de Sousa Saramago (1922-2010), um dos mais reputados ficcionistas portugueses contemporâneos, ficou consagrado com a atribuição do Prémio Nobel da Literatura, em 1998.
Além de escritor, foi crítico literário, jornalista, editor, tradutor e conferencista. Natural de Azinhaga, Golegã, residiu em Lisboa partir de 1924 e em Lanzarote, Canárias, após 1993. Em 1959 integrou a Editorial Estúdios Cor, assegurando a direção literária entre 1962 e 1971. Colaborador da imprensa periódica desde os anos 40, reuniu-a em Deste Mundo e do Outro (1971), A Bagagem do Viajante (1973), As Opiniões que o D.L. Teve (1974), Os Apontamentos (1976) e em Folhas Políticas (1999). Estes dois últimos títulos correspondem, respetivamente, a seleções de crónicas políticas do Diário de Notícias, de que havia sido diretor-adjunto em 1975, e a compilação de textos publicados na imprensa portuguesa e brasileira, entre 1976 e 1998. ![O ano da morte de Ricardo Reis: outros materiais preparatórios. José Saramago. 1983 ou anterior (BNP Esp. N45/7-10) [http://purl.pt/13871]](/images/stories/agenda/2016/saramago_materiais.jpg) Publica o primeiro romance, Terra do Pecado, em 1947, retomando a ficção narrativa com Manual de Pintura e Caligrafia (1977), para ganhar novo relevo público com Levantado do Chão (1980), cujo enredo é baseado na observação da população da aldeia de Lavre, no Alentejo, onde Saramago se instala temporariamente, após deixar a direção do Diário de Notícias. Com essa obra, e nas suas próprias palavras, «nasce o modo de narrar que caracteriza a [sua] ficção novelesca». Dois anos depois, surge o Memorial do Convento (1982), outro marco de um percurso criador pontuado com polémicas, sobretudo a propósito de O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), galardoado com o Grande Prémio do Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE) no ano seguinte. Se esses romances são considerados referenciais do percurso de Saramago, não esgotam a sua produção ficcional. Em 1973 publicou O Embargo, depois reunido na coletânea de contos Objecto Quase (1978). O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), atingiu a 4ª edição em menos de um mês e foi galardoado com os prémios Pen Clube, em 1985, e D. Dinis, em 1986. Seguem-se A Jangada de Pedra (1987), História do Cerco de Lisboa (1989), Ensaio sobre a Cegueira (1995), Todos os Nomes, O Conto da Ilha Desconhecida (1997), A Caverna (2000), A Maior Flor do Mundo, conto para crianças (2001), O Homem Duplicado (2002), Ensaio sobre a Lucidez (2004), As Intermitências da Morte (2005), A Viagem do Elefante (2008), Caim (2009). Postumamente foram publicados Clarabóia (2011), escrito em 1953, e o romance que o Escritor deixou incompleto Albardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas (2014). ![O ano da morte de Ricardo Reis: materiais preparatórios : agenda. José Saramago [1983] (BNP Esp. N45/6) [http://purl.pt/13870]](/images/stories/agenda/2016/saramago_agenda.jpg) Autor várias vezes premiado, reeditado e traduzido em muitas línguas, experimentou outros géneros literários. Os Poemas Possíveis (1966), Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975), na poesia. Para teatro escreveu A Lição de Botânica, em 1977, A Noite (1979), Que Farei com este Livro? (1980), A Segunda Vida de Francisco de Assis (1987), In Nomine Dei, pela qual recebeu o Grande Prémio de Teatro da APE (1994) e Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido (2005). Sete Palavras do Homem (2007), foi encomenda de Jordi Savall, para acompanhar a sua versão orquestral de as Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz, de Joseph Haydn. A bibliografia de José Saramago, que viu várias das suas obras adaptadas a outras artes (cinema, ópera), regista ainda literatura de viagens e textos autobiográficos - Viagem a Portugal (1981), Cadernos de Lanzarote, iniciados em 1993, As Pequenas Memórias (2006) - e traduções, de autores como Colette, Guy de Maupassant, Tolstoi, Charles Baudelaire, Hegel, Pär Lagerkvist, Jean Cassou, André Bonnard ou Gabriel Audisio. Distinguido com o Grau de Comendador (1985) e o Grande Colar (1998) da Ordem Militar de Santiago de Espada, José Saramago recebeu também, do Governo francês, o grau de Chevalier de l’Ordre des Arts et es Lettres (1991) e a Croix d’Hofficier de la Légion d´Honneur (1999). Doutor Honoris Causa por várias dezenas de universidades, sobretudo estrangeiras, viu o conjunto da sua obra literária reconhecida com o Prémio da Critica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários (1984), o Prémio Vida Literária da APE (1993), o Prémio Consagração de Carreira, da SPA (1995), o Prémio Camões (1995) e o Prémio Nobel da Literatura (1998).
Momento musical
Acordai | Fernando Lopes-Graça Canto de Paz | Fernando Lopes-Graça Ronda | Fernando Lopes-Graça Canto do Livre | Fernando Lopes-Graça Va Pensiero | Giuseppe Verdi
Coro do Teatro Nacional de São Carlos Direção Musical: Giovanni Andreoli Piano: Nuno Margarido Lopes
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