A época do 2.º Visconde de Santarém - nascido em Lisboa em 1791 e falecido em Paris em 1856 - conheceu profundas transformações a nível das sensibilidades artísticas, literárias e culturais, em vários domínios do conhecimento científico e alterações fraturantes de regimes políticos, com a transição, por vezes brutal, do Antigo Regime para o do Liberalismo europeu e sul - americano. A Europa influenciou e foi influenciada, observou e foi observada por um reino geograficamente periférico, mas onde as convulsões internas andaram a par de movimentos culturais e científicos, académicos e periodísticos muito ricos e diversos.
Em Portugal e fora dele, vários autores escreveram sobre o passado nacional e fizeram de elo de ligação entre os universos da governação, das estratégias ultramarinas e do discurso científico sobre os descobrimentos e a cartografia, por um lado, e das cortes tradicionais e da história das relações diplomáticas, por outro. Inserido numa rede transeuropeia de sociedades científicas, o 2.º Visconde de Santarém dialogou com interlocutores de renome, nacionais e internacionais, tendo deixado uma marca indelével no seu tempo, que importa entender no contexto, nas sociabilidades,
nos diálogos críticos entre autores e na mentalidade da época.
O Colóquio pretende reunir especialistas da História Política e Diplomática, da História da Arte, da História Cultural e da Historiografia, bem como da História da Geografia e da Cartografia, para em conjunto debaterem e lançarem nova s hipóteses de estudo e investigação sobre o legado e o impacto científico, cultural e político do Visconde no seu século.
Para, em conjunto, debaterem e lançarem novas hipótese de estudo e de investigação sobre os antecedentes, contextos culturais e redes de sociabilidade que enquadram a época do 2.º Visconde de Santarém e que com ele coexistem, noutras culturas científicas europeias, numa análise e perspectiva comparativas.