
A Biblioteca Nacional de Portugal assinala os 150 anos da publicação de
Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, com uma mini-mostra bibliográfica que reúne algumas das traduções portuguesas e adaptações da obra.
A mostra inaugura a 9 de outubro, coincidindo com a Conferência
Um Dia para Celebrar o 150º Aniversário da Publicação de As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, que decorre no Auditório da BNP
e
é organizada pelo Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies (CETAPS), da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; pelo Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), do Instituto de Educação da Universidade do Minho; pelo Liter21 – Grupo de Investigación da Universidade de Santiago de Compostela; e pela Elos – Asociación Galego-Portuguesa de Investigación en Literatura Infantil e X/Juvenil.

Lewis Carroll, pseudónimo de Charles Lutwidge Dodgson, nasceu em Cheshire (Daresbury, Inglaterra) em 1832. Era o terceiro de onze filhos de um clérigo. Foi educado em Rugby e depois em Oxford, cidade onde foi catedrático de matemática no Christ Church College, recentemente celebrizado por ter sido utilizado como cenário dos filmes da saga Harry Potter. Chegou a ser ordenado diácono, em 1861, mas nunca optou pelo sacerdócio. Ainda jovem escreveu peças para teatros de fantoches e colaborou no jornal do colégio, onde publicou a sua primeira história,
The unknown one. Em 1865, num passeio de barco com Lorina, Alice e Edith, filhas do reitor do Christ Church, Henry Lidell, Alice pediu-lhe para contar uma história. Dessa história improvisada nasceu
Alice’s adventures in the wonderland, seguida, mais tarde, de
Through the looking-glass and what Alice found there (1871). Depois disso publicou muitas outras histórias e poemas, revelando a mesma fantasia e um profundo conhecimento da imaginação infantil. A Lewis Carroll fica a dever-se a criação da literatura infantil moderna. Carrol distinguiu-se ainda pelos seus trabalhos científicos, tendo escrito diversos tratados de matemática,

o mais importante dos quais foi
Euclid and his modern rivals (1879), no qual faz a defesa de Euclides. Foi também fotógrafo amador. Surrealistas como André Breton, Antonin Artaud e Salvador Dalí viram a sua obra como precursora das suas inovações estéticas. Morreu em 1898.
A mostra será complementada com um catálogo – em formato e-book – contendo as traduções e adaptações portuguesas de Alice, e dois textos: um de Rogério Miguel Puga, sobre as ilustrações das edições portuguesas, e outro de Conceição Pereira e Margarida Vale de Gato, sobre as traduções e adaptações.
No dia da Conferência será lançada, com a chancela da Nova Vega, a obra Alice contada aos mais novos, de Lewis Carroll, com tradução, introdução e notas de Rogério Miguel Puga.
Cabeçalho: pormenor da banda desenhada Alice no País das Maravilhas, iniciada no n.º 1 da revista Cavaleiro Andante (5 jan. 1951) (BNP P.P. 61//1 V.).