Versão para impressão Enviar por E-mail
banner_f_pessoa

 

 

Biblioteca Nacional de Portugal

Serviço de Actividades Culturais

Campo Grande, 83

1749-081 Lisboa

Portugal

 

 

 

Informações

Serviço de Relações Públicas
Tel. 21 798 21 68

Fax 21 798 21 38
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

 



Ciclo de Conferências


Tópicos Pessoanos

A função do dinheiro na obtenção de legitimidade constitucional: uma leitura jurídico-sociológica de O Banqueiro Anarquista e Na Farmácia do Evaristo, por Pedro Tiago Ferreira

CONFERÊNCIA | 30 abril '15 | 18h30 | Auditório BNP | Entrada livre

Sexta de uma série de conferências sobre Tópicos Pessoanos organizadas no âmbito do projecto de investigação Estranhar Pessoa que abrem um espaço de divulgação e debate de novas ideias em torno da obra do Poeta. Comentário por Humberto Brito.


A partir da ideia segundo a qual O Banqueiro Anarquista e Na Farmácia do Evaristo são dois textos que tratam, a partir de perspectivas diferentes, a mesma temática, a saber, qual a origem da legitimidade constitucional de um Estado, esta intervenção defenderá que, sem embargo de ambos os textos poderem, naturalmente, ser lidos independentemente um do outro, analisar O Banqueiro Anarquista à luz do que, posteriormente no tempo, foi escrito por Fernando Pessoa em Na Farmácia do Evaristo modifica a interpretação de O Banqueiro, considerado isoladamente. Com efeito, por si só, O Banqueiro é uma sátira ao anarquismo, na medida em que Pessoa demonstra, através das falácias do Banqueiro, que esta ideologia não só não pode ser posta em prática como coarcta o seu próprio ideal, a liberdade. Contudo, uma leitura de conjunto com Na Farmácia torna O Banqueiro num prelúdio muito sério a um argumento desenvolvido em detalhe Na Farmácia do Evaristo, prelúdio esse que consiste em apurar até que ponto o domínio sobre as ficções sociais poderá ser a chave da legitimação da organização de uma sociedade. Essa organização seria um Estado onde impere a normalidade governativa. Como o próprio Banqueiro argumenta, o dinheiro é a mais importante das ficções sociais, e, a ser assim, o domínio sobre o mesmo poderá ser de suma importância para se atingir qualquer tipo de legitimidade governativa.

Pedro Tiago Ferreira, Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Ingleses e Espanhóis, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2007), e em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (2012), mestre em Políticas Europeias com a tese O impacte do Acórdão Bosman na estrutura desportiva europeia (2009), e em Teoria da Literatura com a tese Contra as teorias da interpretação no Direito e na Literatura (2012), pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, é actualmente doutorando no Programa em Teoria da Literatura desta última faculdade, encontrando-se a preparar a sua dissertação de doutoramento intitulada Duas soluções para dois problemas: “curadoria” e “revogação” - o caso Pessoa. Profissionalmente, é tradutor e formador de língua inglesa, espanhola e Direito. Principais publicações: «O Direito como limite da acção política»; «A relação necessária entre o Direito e a Moral»; «O princípio da legalidade e a segurança jurídica - um ensaio sobre interpretação e norma jurídica».
 
Agenda