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Folha de sala

 

 

 

 

 

 

Álvaro Salema – Joaquim Namorado: cultura e intervenção

MOSTRA | 27 jun. - 20 set. '14 | Sala de Referência | Entrada livre

 

Álvaro Salema (1914-1991) e Joaquim Namorado (1914-1986) foram, além de personalidades corajosas na sua oposição ao Estado Novo, importantes críticos literários e ensaístas que, desde jovens, marcaram a cultura portuguesa como homens de letras comprometidos. Não obstante os pontos menos visíveis de um trabalho intelectual de retaguarda de cada um destes escritores, a mostra procura estabelecer a trajetória diferenciada de ambos.

Álvaro Baptista Pereira Salema de Araújo nasceu em Viana do Castelo a 11 de março de 1914 e sobre a notícia da sua morte, em 10 de outubro de 1991, Jorge Amado afirmou: «Em silêncio se retirou de cena, pouco antes do final da tragicomédia, personificava a decência, já não tinha lugar no palco.» (Navegação de Cabotagem). Opositor ao Estado Novo, foi um grande crítico literário e, embora não prolífico, notável ensaísta desde jovem, quando ligado às primeiras manifestações doutrinárias do movimento neorrealista, num período de intensa colaboração com a Universidade Popular Portuguesa. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Lisboa, foi professor no Colégio Moderno na década de trinta e colaborador em jornais e revistas juvenis, como Gládio, Foz do Guadiana, Seara Nova, Sol Nascente; redator na revista Mundo Literário, sobretudo no Jornal do Comércio durante três décadas, foi ainda responsável por suplementos literários no Diário de Lisboa e A Capital e, após o 25 de abril de 1974, membro da redação do Diário de Notícias; colaborador literário junto das Publicações Europa-América nas décadas de cinquenta e sessenta e, de igual modo, junto da revista Colóquio, dirigiu as publicações do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa dos anos setenta a oitenta.

Não obstante os inúmeros ensaios e críticas publicados ao longo da vida, para além de prefácios a romances de outros autores, Salema veio a reunir um pequeno número de textos em Tempo de Leitura (1982).

Joaquim Vitorino Namorado nasceu em Alter do Chão a 30 de junho de 1914 e foi em Coimbra que veio a morrer em 29 de dezembro de 1986 como destacada, mesmo controversa, figura de homem de cultura e dinamizador incansável na cidade universitária. Enquanto poeta, a sua criação é bem representativa da «mitologia neorrealista», tendo publicado Aviso à Navegação (1941), Incomodidade (1945) e Poesia Necessária (1966); mas esse movimento deve-lhe ainda um importante papel, desde jovem, como crítico e ensaísta, dispersando colaborações em jornais como O Diabo e Sol Nascente, além de inúmeros suplementos culturais que impulsionou ou em que simplesmente colaborou. Tendo sido um dos responsáveis pela criação das coleções literárias Novo Cancioneiro e Novos Prosadores, que revelaram poetas e ficcionistas do neorrealismo, tem destaque a ação que desenvolveu em torno da revista Vértice, da qual foi, durante longos anos, principal animador, editor, diretor e redator de largas dezenas de artigos; só postumamente toda essa vasta atividade crítica e ensaística se começou a reunir.

Licenciado em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, foi impedido pelo Estado Novo de lecionar em escolas oficiais, fazendo carreira de professor de matemática no ensino particular, mesmo como explicador, até o 25 de abril de 1974, a partir do qual ingressou no quadro docente da universidade onde se formou.