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Folha de sala
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José Blanc de Portugal, 1914-2000
MOSTRA | 24 abr. - 31 maio | Sala de Referência | Entrada livre
José Bernardino Blanc de Portugal, licenciado em Ciências Geológicas pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa onde viria a ser docente como assistente convidado, exerceu profissão de meteorologista no continente, nas ilhas e ex-colónias, publicando diversos trabalhos nessa especialidade. Por pessoais e tão díspares interesses, frequentou estudos em História da Música e Psicologia, começando o ofício da escrita pela crítica musical, nomeadamente no Diário de Notícias, em particular sobre bailado.
Ainda jovem, porém, começou a escrever poesia em revistas literárias demarcadas de escolas, sob o lema «poesia é só uma», que estampou em Cadernos de Poesia por si fundada com Tomás Kim e depois dirigida com Jorge de Sena; colaborou ainda, entre outras, em Aventura (1942-1944), Serpente (1951), Graal (1956-1957), estreando-se finalmente em livro com Parva Naturalia, em 1960, título poético reconhecido com o Prémio
Fernando Pessoa.
Foi ainda tradutor de inúmeros autores estrangeiros, bem como de textos de Fernando Pessoa originalmente escritos em inglês.
Passaste fome, Dizem alguns que de tua vida comem Vermes parasitas que vivem de inventar as tuas histórias... Talvez um dia neles a mutação se opere Quando os bichos mudem de alimentação e Passem a roer a tua obra E não a tua morta vida terreal.
José Blanc de Portugal, in Descompasso, 1986
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