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Folha de sala
Visitas guiadas
por José M. Pedrosa Cardoso
10 abr. | 17h00 (antes da conferência)
11 abr. | 17h00
Sujeitas a
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Mínimo: 5 pessoas.
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Os tons da Paixão: a singularidade portuguesa nas coleções da BNP
MOSTRA | 3 - 30 abr. '14 | Sala de Referência | Entrada livre
CONFERÊNCIA Os tons da Paixão: a singularidade portuguesa por José M. Pedrosa Cardoso | 10 abr. '14 | 18h00*
A singularidade portuguesa do canto litúrgico da Paixão reside primordialmente em documentos musicais da BNP. É aqui que se encontram os três passionários impressos em Portugal no séc. XVI sendo também neste acervo que se descobriu o primeiro vestígio do que viria a ser considerado o tom português do canto da Paixão (Alc. 167)
Na realidade a primeira fonte completa deste conhecimento é o Passionarium secundum ritum capelle regis Lustaniae… (Lisboa: Luis Rodrigues, 1543), um dos primeiros livros de música impressa em Portugal (Res. 851 A), em que o próprio autor, Diogo Fernandes Formoso, declara ter seguido ordem do rei no sentido de unificar o canto da Paixão segundo códices então vigentes e de acordo com a sua própria lavra, e seguindo «o rito antigo e o modo de cantar da capela de sua alteza», onde ele era cantochanista. Evidências do modelo português podem ainda ser encontradas em mais dois impressos quinhentistas da Paixão: o Passionarium iuxta Capellae Regis Lusitaniae consuetudinem… (Leiria: António de Mariz, 1575), por Pe Manuel Cardoso (Res. 874 A), e o Liber Passionum… (Lisboa: Simão Lopes, 1595), da autoria de Fr. Estêvão de Cristo (Res. 296 A), os quais, juntamente com a nova edição do Liber Passionum de Fr. Manuel Pousão (Lyon: Pedro Guillemin, 1675) e as edições de vários modelos de manuais litúrgicos do séc. XVII, comprovam a prática uniforme do canto da Paixão em Portugal até à importação dos modelos do cantochão romano operada por ordem de D. João V. Para além de outros passionários manuscritos existentes com o modelo de canto da Paixão português, nomeadamente em Coimbra e Guimarães, a BNP, que já possuía o seu LC 306 com iniciais a cores e traços antropomórficos, adquiriu recentemente um belo conjunto, igualmente bem decorado. (LC 346, LC 347 e LC 348).
Refira-se também, pela sua importância, a existência de um passionário manuscrito muito especial proveniente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (c. 1580), o qual, além de transmitir o mesmo modus cantandi português, claramente dependente do Passionarium de Fernandes Formoso, tem outras particularidades assinaláveis.Existindo dois exemplares praticamente iguais do mesmo Passionário – que provavelmente remete para a existência (hoje desconhecida) de um terceiro para a execução da respectiva polifonia a três – estando um, bastante danificado, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (MM 56) e o outro, na Sociedade Martins Sarmento, Guimarães (SL 11-2-4), foi proposto e aceite pela Fundação Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012 a edição fac-similada do Passionário Polifónico de Guimarães (Guimarães: SMS, 2013), que será apresentada na BNP dia 11 de abril (mais informações).
José M. Pedrosa Cardoso
* antecedida de visita guiada às 17h00
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