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Mostra 300 anos do Real Seminário de Música da Patriarcal
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«Boa voz de tiple, sciencia de música e prendas de acompanhamento»: o sistema de ensino do Real Seminário da Patriarcal (1713-1834)
CONFERÊNCIA | 12 setembro | 18h00 | por Cristina Fernandes | Auditório BNP | Entrada livre
Assinalando os 300 anos da principal instituição portuguesa dedicada ao ensino da música antes da criação do Conservatório em 1835, e como complemento à Mostra documental patente na BNP até 13 de Setembro, a conferência incidirá sobre aspectos ligados à história, à administração e ao sistema de ensino praticado no Real Seminário de Música da Patriarcal e fornecerá uma panorâmica dos seus principais mestres e alunos, bem como dos manuais didácticos, métodos e repertórios utilizados que hoje fazem parte do acervo da Área de Música da BNP.
«Boa voz de tiple» (ou soprano) era um dos requisitos essenciais exigidos aos candidatos a alunos internos do Real Seminário da Patriarcal, a escola de música criada em 1713 por iniciativa de D. João V que viria a formar os principais compositores portugueses do séc. XVIII, bem como numerosos cantores e organistas com um sólido métier. Especialmente vocacionado para o repertório sacro, de forma a fornecer profissionais que garantissem o esplendor dos serviços litúrgicos da Capela Real, promovida a Patriarcal, em 1716, o Real Seminário acabaria por assumir uma função mais ampla que veio também a contemplar vertentes da música dramática e da música instrumental.
Conforme se lê nos Estatutos de 1764 (BNP, COD. 3693) e nas notas à margem do Livro de Admissões (BNP, COD. 1515), ao terminar os estudos os alunos deveriam ter adquirido «sciencia de música» (incluindo o domínio do contraponto e da composição) e «prendas de acompanhamento», ou seja, competências de elevado nível na arte da realização do baixo contínuo, da arte de acompanhar e da improvisação.
Cristina Fernandes INET-MD, Universidade Nova de Lisboa
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