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Pedro de Freitas Branco. Um maestro (inter)nacional

MOSTRA | 12 jul. - 30 ago. | Sala de Referência | Entrada livre

 

Referência da música portuguesa, fundador da extinta Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, Pedro de Freitas Branco (1896-1963) foi um dos primeiros maestros portugueses com carreira internacional. Fomentou a divulgação em Portugal dos compositores que se afirmaram entre as duas guerras mundiais, tais como Bartók, Stravinski, Ravel e Prokofiev, de que se destacam as interpretações que nos deixou de Bolero, de Maurice Ravel, ou de O Retábulo de Mestre Pedro, de Falla. Paralelamente, promoveu também a música portuguesa, tendo sido responsável pela estreia de um grande número de obras de compositores portugueses seus contemporâneos.

Nesta mostra, que assinala os 50 anos deste grande nome da nossa cultura musical, poderão ser vistos alguns textos que publicou e, principalmente, programas dos concertos que dirigiu em algumas das salas do país.

Pedro de Freitas Branco estudou violino, com Andrés Goñis e Francisco Benetó, e harmonia e contraponto, com Tomás Borba e com seu irmão Luís de Freitas Branco. A partir de 1924 dedica-se em exclusivo ao estudo da música, tendo passado dois anos em Londres onde teve uma breve passagem pelos palcos como cantor.

Em 1928 criou em Portugal a Companhia Portuguesa de Ópera Lírica, com sede no Teatro de S. João do Porto, que não sobreviveu por dificuldades financeiras. Entre 1928 e 1932 dirigiu, no Teatro Tivoli, os Concertos Sinfónicos Portugueses ou Concertos Sinfónicos de Lisboa.

O convite feito por Maurice Ravel, em 1932, para dirigir, em Paris, diversas das suas obras, deu início à sua carreira internacional. O êxito então obtido fez com que, em 1933, se fixasse naquela cidade, tendo durante os quatro anos seguintes dirigido diversas orquestras francesas e europeias, entre as quais a dos Concertos Lamoureux.

Em 1934 foi convidado a criar a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, cuja direção assumiu até à sua morte. Nas décadas de 1940 e 1950 a sua carreira internacional, a mais prestigiosa de um maestro português, desenvolveu-se não só em concerto mas também na ópera, tendo-se apresentado com cantores como Beniamino Gigli, Giuseppe di Steffano e Victoria de los Angeles, ou instrumentistas como o pianista Wilhelm Kempff.

Até 1961 dirigiu igualmente a Orquestra Sinfónica de Lisboa, à frente da qual estreou em Portugal muitas obras de compositores do séc. XX como Richard Strauss, Paul Hindemith e Luigi Dallapiccola. Dois dos discos que gravou receberam o Grand Prix du Disque da Academia Charles Cros, o primeiro em 1954 com obras de Maurice Ravel, e o segundo em 1962 com obras de Manuel de Falla.

No cabeçalho, da esquerda para a direita: Stravinsky e P. de Freitas Branco, por Abel Manta (1954) | P. de Freitas Branco e Maurice Ravel, em França (1937) | P. de Freitas Branco e seu irmão Luís (1929) | Frederico de Freitas e P. de Freitas Branco - in Arte Musical n.º 20, 21 e 22 (julho/novembro 1963 - março 1964)