Versão para impressão Enviar por E-mail
banner_camoes

 

 

 

Biblioteca Nacional de Portugal
Campo Grande, 83
1749-081 Lisboa
Portugal

Tel. 21 798 20 00
Fax 21 798 21 40
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

 

 

Consultar folha de sala

 

Colóquio: 5 julho | 10h15 | Programa

 

 

ceh



Aquele único exemplo... 450 anos da lírica de Camões

MOSTRA | 10 jun. | 18h00 | Sala de Referência | Entrada livre | até 30 ago.

 

A mostra apresenta as duas versões de Aquele único exemplo..., a primeira composição poética de Luís de Camões, impressas em 1563, pelo tipógrafo João de Enden, uma das quais recentemente identificada pelo Prof. João Alves Dias, e as diferentes edições da sua obra lírica, dadas à estampa entre 1595 e 1688.

 

«camoes_res-456-p_0018Aquele único exemplo… é o primeiro poema de Luís de Camões, impresso, hoje conhecido. É uma «Ode ao Conde de Redondo», pedindo a proteção para um livro de um amigo. Integra o conjunto de paratextos dos Coloquios dos simples, e drogas he cousas medicinais da India, de Garcia de Orta. Foi impresso, em Goa, em 1563, por Ioannes de Endem, um impressor alemão que havia pouco tempo instalara o seu prelo na Índia portuguesa.

 

Se a Lírica de Luís de Camões é hoje abundante, a sua quase totalidade só foi impressa depois da morte do poeta. Para além da obra épica (Os Lusíadas, impressos, em Lisboa, em 1572), só foram divulgados, em vida do autor, três poemas: a ode, que agora se evoca; uma elegia e um soneto, ambos publicados na Historia da Prouincia Sancta Cruz, de Pero de Magalhães de Gândavo, impressa em Lisboa, em 1576.

 

Embora passem este ano os 450 anos sobre a impressão da obra de Garcia de Orta, que inclui, repetimos, a primeira composição lírica de Luís de Camões, a sua primeira versão impressa esteve afastada do conhecimento comum até à segunda metade do século XIX. É certo que a  «Ode ao Conde de Redondo» passou a integrar a lírica de Camões, a partir da segunda edição das Rimas, impressa em 1598, mas copiada de uma versão manuscrita que se afastava, camoes_r-480em alguns versos, da versão original. Nas edições seguintes, a ode continua a ser reproduzida com variantes. Faria e Sousa, na edição comentada, impressa em 1685, confronta as duas versões, anotando as suas principais variantes, mas prevalecendo a edição de 1598. E assim se manteve e assim continua na magna edição que o Visconde de Juromenha faz das Obras de Luiz de Camões (Lisboa, 1861, vol. II, p. 275-278).

 

É Tito de Noronha (1881) e depois Teófilo Braga (1887) que defendem a reintegração da forma primitiva do poema no contexto da Lírica de Camões. Longe estavam de supor que havia, impressa, em vida do poeta, uma outra versão da mesma Ode.

 

A mostra, patente na Biblioteca Nacional de Portugal e feita em colaboração com o Centro de Estudos Históricos, apresenta as duas versões da primeira composição poética de Luís de Camões (impressas em 1563) e as diferentes edições da sua obra lírica, dadas à estampa entre 1595 e 1688.»

 

João Alves Dias