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Biblioteca Nacional de Portugal
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Espólio de Constança Capdeville doado à Biblioteca Nacional de Portugal


capdevilleNo dia 22 de Setembro de 2012, o espólio da compositora  Constança Capdeville (1937-1992) é generosamente doado à BNP e irá integrar a coleção de Música da instituição, onde se encontram já os espólios de outros compositores portugueses do século XX como Augusto Machado, Vianna da Motta, Armando José Fernandes, Luís de Freitas Branco, Jorge Croner de Vasconcellos, Ruy Coelho, Raul de Campos e Joly Braga Santos. Na assinatura do termo de doação e em representação das partes, estarão Manuel Cintra, na qualidade de doador, e a Diretora-Geral da Biblioteca Nacional de Portugal, Maria Inês Cordeiro.

Constança Capdeville nasceu em Barcelona onde iniciou os estudos musicais que haveria de continuar em Portugal, a partir de 1951, quando a sua família aqui se estabeleceu devido ao difícil contexto da Guerra Civil de Espanha. No Conservatório Nacional de Música de Lisboa, prosseguiu os estudos superiores em piano, com Varela Cid, e em composição, com Jorge Croner de Vasconcellos. Mais tarde frequentou os Cursos especiais de Musicologia (restituição, transcrição e instrumentação), Interpretação de Música Antiga e Técnica de Acompanhamento (piano e clavicórdio) sob a orientação do Professor Macário Santiago Kastner.

 

capdeville3Através da Gulbenkian, participou em trabalhos musicológicos na Biblioteca da Ajuda e na Biblioteca Nacional, tendo ainda colaborado com Mário de Sampaio Ribeiro num estudo relativo ao tratado Lux Bella, de Domingos Marques Durán. Em 1962, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalhou com o compositor e pedagogo Philip Jarnach e, no mesmo ano, recebeu o Prémio de Composição do Conservatório Nacional de Lisboa, atribuído à obra Variações sobre o nome de Stravinsky, para órgão. Seguiu de perto o percurso da Orquestra Universitária de Lisboa, onde participou inúmeras vezes como compositora e intérprete. Foi, ainda, membro dos Menestréis de Lisboa, do grupo de câmara Convivium Musicum e do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. Em 1969, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, Constança Capdeville realizou a primeira participação no Festival de Música Gulbenkian.

Foi também intérprete, como pianista e percussionista, prestando colaboração em grupos como os Menestréis de Lisboa (sob a direção de Santiago Kastner), o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (sob a direção de Jorge Peixinho), e atuou como percussionista convidada da Orquestra Gulbenkian, em concertos de música contemporânea.

Aliou a música à componente cénica no contexto do teatro musical, nomeadamente através de vários grupos que fundou. Foi precursora da escrita de obras para teatro musical em Portugal, género a que se dedicou mais especialmente a partir da década de 1980 com o grupo ColecViva, que fundou e dirigiu. É também de salientar a utilização de elementos cénicos em algumas das suas peças de câmara e a escrita de música para cinema.

Constança Capdeville notabilizou-se igualmente como pedagoga, nomeadamente na Academia de Música de Santa Cecília, no Conservatório Nacional de Lisboa e na Escola Superior de Música de Lisboa. A partir de 1980 foi também professora convidada no Departamento de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou História e Problemática da Interpretação, e Análise da Música do Séc. XX.

Foi membro da Direção do Conselho Português da Música e membro efetivo da Associaciò Catalana de Compositors de Barcelona. Foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural, em Outubro de 1990 e o Grau de Comendador da Ordem de Santiago de Espada, em Junho de 1992, a título póstumo.

 
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