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150 anos de Debussy

MOSTRA | 14 Maio - 30 Junho | Sala de Referência | Entrada livre

 

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No ano em que se celebram os 150 anos do nascimento de Claude Debussy, a Biblioteca Nacional de Portugal promove uma mostra bibliográfica, integrada no programa Música na Biblioteca 2012, onde podem ser vistas partituras e publicações referentes ao compositor.

Achille-Claude Debussy nasceu a 22 de Agosto de 1862, em St-Germain-en-Laye, França. Teve as primeiras lições de piano aos sete anos e ingressou no Conservatório de Paris, em 1872, onde estudou piano com Marmontel e solfejo com Lavignac, tendo também frequentado as aulas de harmonia de Durand. A sua reputação era a de um pianista excêntrico e rebelde em questões de harmonia e teoria.

No Verão de 1880 foi contratado por Nadezhda von Meck, patrona do compositor russo Tchaikovski (1840-1893), para ensinar piano aos seus filhos, o que lhe permitiu viajar por Itália, Áustria e passar temporadas, com ela e sua família, na sua propriedade na Rússia durante dois anos seguintes.

Ganhou em 1884 o Prix de Rome, uma competição para compositores, com a sua cantata L’enfant prodigue. Passou dois anos na Villa Medici, em Roma, onde conheceu Liszt, Verdi e Boito e onde ouviu primeira vez o Lohengrin de Wagner. Foi aos Festivais de Bayreuth de 1888 e 1889, mas o concerto de gamelão javanês que ouviu na Exposição de Paris de 1889 constituiu uma influência musical ainda maior. Outras influências desses anos foram a amizade que travou com Erik Satie, com os pintores do movimento impressionista e, mais importante, com escritores e poetas como Mallarmé e os simbolistas. Cultivou uma face distinta da música francesa, classificando-se estilisticamente como “musicien français”.

Em 1893 começou a trabalhar na ópera Pelléas et Mélisande, baseada na peça homónima de Maeterlinck e foram executados os seus quartetos de cordas, e no ano seguinte a estreia de Prélude à l’après-midi d’un faune causou escândalo pela sua alegada não formalidade. Seguiram-se os 3 Nocturnes, planeados originalmente para violino solo e orquestra, executados em 1900 e 1901 e dedicados a Rosalie (Lily) Texier, com quem casou em 1899. Em 1904, Debussy deixou Lily para viver com Emma Bardac, uma cantora relativamente abastada e com quem acabaria por casar em 1905. O desafogo financeiro tornou-o mais produtivo e durante esses anos escreveu alguns das suas obras mais significativas para orquestra como La Mer (1905) e Ibéria (1908), e para piano solo como 3 Images (1905-1912), a suite Children’s Corner (1908), dedicada à sua filha Claude-Emma (Chouchou), e os 12 Preludes (1910-1912).

As peças de Debussy dos anos seguintes mostram algumas mudanças no estilo. Têm um apelo menos imediato e são de mais difícil abordagem. O surgimento de outros compositores levou também a um declínio no interesse pelas suas obras: a estreia do seu bailado Jeux, a 15 de Maio de 1913, foi de certo modo ofuscada pela de Le sacre du printemps, de Igor Stravinsky (1882-1971) apenas duas semanas depois. Debussy pode ter-se ressentido da chegada do jovem compositor à cena.

Quando compôs estas obras, Debussy encontrava-se já doente, sofrendo de cancro terminal. Completou apenas três de um grupo de seis peças "para vários instrumentos" (1915-17) antes de morrer em Paris, a 25 de Março de 1918.

Compositor, pianista e crítico musical, Debussy foi um dos músicos mais importantes do seu tempo e a sua estética musical representa a influência mais poderosa sobre os desenvolvimentos internacionais musicais durante o longo período de fin de siècle, com profunda influência nas gerações futuras de compositores. Recebeu o rótulo de impressionista que, embora correcto, tem de certa forma obscurecido o forte sentido de forma em que baseou todas as suas obras. Afastou-se decisivamente da estética Wagneriana com a sua única ópera, utilizou blocos de acordes, harmonia com gosto modal e escalas de tons inteiros, um delicado colorido orquestral e uma sonoridade “submersa”, um estilo declamatório (e no entanto profundamente lírico) na sua escrita coral.