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Mais informações [texto completo]
Nota biográfica [Cristina Fernandes]
Obras digitalizadas [BND]
As comemorações [BNP]:
. Mostra David Perez (1711-1778)
. Lançamento "Variações para Bandolim"
. Recital de cravo Homenagem a David Perez
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David Perez Napolitano: o percurso português de um ilustre compositor setecentista
CONFERÊNCIA | 14 Dezembro 2011 | 18h00 | Auditório BNP | Entrada livre
Integrada nas comemorações do tricentenário do nascimento do compositor, a conferência pretende dar a descobrir a figura e o legado musical de um dos mais ilustres músicos do século XVIII, que permaneceu demasiado tempo esquecido fora dos círculos especializados. Uma panorâmica do percurso biográfico de David Perez e as características da sua produção destinada à Casa Real portuguesa e às diversas estruturas que dela dependiam serão enquadradas no contexto da vida musical da época e terão em conta aspectos da recepção das obras e a sua circulação posterior.
Considerado uma figura de relevo no panorama musical da Europa de meados do século XVIII, o compositor napolitano David Perez (1711-1778) foi contratado por D. José em 1752 no âmbito do avultado investimento da corte na criação de um estabelecimento operático de alto nível. Em Portugal, onde viveu até à sua morte, David Perez ocupou o mais alto cargo musical da Casa Real — “Compositor da Real Câmara e Mestre de Suas Altezas Reais” — com o avultadíssimo salário de 2000$000 reis anuais e converteu-se numa referência para os músicos portugueses ao longo de várias décadas. Algumas das suas obras, como o Matutini dei Morti (1770), continuaram a interpretar-se em Lisboa até finais do século XIX.
Das 38 óperas do catálogo de David Perez, 14 foram escritas para Lisboa, entre as quais a versão de Alessandro nell’Indie que inaugurou a efémera Ópera do Tejo em 1755 numa produção magnificente que incluía no elenco o famoso castrato Cafarelli e o tenor AntonRaaff. Depois do Terramoto, a música sacra retomou o seu lugar central no âmbito da representação simbólica da monarquia e Perez passou a dedicar-se cada vez mais ao repertório religioso, completando assim um dos mais requintados corpus de partituras associadas ao rito católico da segunda metade do século XVIII. As obras didácticas de Perez (Solfejos e Partimenti) tiveram ampla circulação internacional até meados do século XIX e o compositor legou-nos também alguns exemplos de sonatas para tecla e outras peças instrumentais, incluindo uma série de variações para bandolim. Apesar da importância que teve para a música portuguesa e europeia, o legado de David Perez permaneceu quase esquecido no último século e não foi ainda objecto de uma verdadeira recuperação no âmbito do movimento da música antiga. No plano da interpretação são também ainda escassas as apresentações em concerto e as gravações da música de Perez.
Cristina Fernandes INET-MD, FCSH-Universidade Nova de Lisboa/FCT
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