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Doação do Espólio do compositor Ruy Coelho à BNP

 

rui_coelhoNo dia 18 de Maio de 2011, pelas 16h00, teve lugar na Sala do Conselho da Biblioteca Nacional de Portugal a assinatura do Termo de Doação do Espólio do compositor Ruy Coelho. Em representação das partes assinaram os herdeiros do compositor, na qualidade de doadores, e o Director-Geral da BNP, Jorge Couto.

Compositor, maestro e pianista, Ruy Coelho (1889-1986) nasceu em Alcácer do Sal, tendo iniciado os seus estudos musicais numa Banda Filarmónica local. Aos quinze anos ingressa no Conservatório Nacional onde foi aluno de Alexandre Rey Colaço, António Eduardo da Costa Ferreira e Tomás Borba. Em 1910 viajou, primeiro para Berlim onde estudou com Engelbert Humperdinck, Max Bruch e Arnold Schönberg, e depois, para Paris onde frequentou os cursos de Paul Vidal. De regresso a Portugal, em 1913, aproximou-se do movimento modernista (em obras como A princesa dos sapatos de ferro, 1915) e, a partir de 1922, do nacionalismo (Nun’ Álvares, poema sinfónico, 1922; Inês de Castro, 1927). Esteve ligado à criação da companhia Bailados Portugueses Verde Gaio para a qual escreveu dois bailados sobre temas históricos (Inês de Castro, 1940, e D. Sebastião, 1943).

rui_coelho_espolioManteve uma produção abundante até ao final da sua carreira como compositor, reflectindo a mesma orientação nacionalista que vinha desenvolvendo desde os anos 20 e que podemos encontrar expressa em três vertentes: a utilização de elementos folclóricos (Rapsódia portuguesa, 1935, Rapsódia de Águeda, 1953, Viagens na minha terra, 1964-1967), a evocação historicista (D. João IV, 1940, O castelo de Lisboa, 1962, Sinfonia henriquina, 1966) e a ópera portuguesa (Inês Pereira, 1951, Auto da Alma, 1960, e Auto da Barca da Glória, 1970).

De personalidade vincada, envolveu-se em controvérsia com vários músicos como Júlio Neuparth, Viana da Mota, Luís de Freitas Branco e Hermínio do Nascimento, tendo mantido cacesas polémicas na imprensa. Colaborou regularmente com diversos jornais de Lisboa como crítico musical durante toda a sua carreira e publicou diversas recolhas de artigos e de intervenções, em particular sobre a organização do teatro lírico nacional.
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Deixou uma obra vasta e diversificada, tendo composto numerosas obras de música orquestral, óperas, bailados, música coral, música para cinema e ainda peças para piano, canções e música de câmara.

O Espólio doado à BNP inclui maioritariamente manuscritos (autógrafos e cópias), materiais de orquestra e impressos da sua obra musical, e ainda programas de concerto, fotografias e correspondência, vindo enriquecer a colecção de Música da BNP que integra os espólios de grandes compositores do século XX, designadamente Augusto Machado, Viana da Mota, Armando José Fernandes, Luís de Freitas Branco, Jorge Croner de Vasconcelos ou Joly Braga Santos.