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Bibliografia das obras impressas em Portugal no séc. XVII:

 

1.º vol.: A-C

2.º vol.: D-L

3.º vol.: M-R

4.º vol.: S-Z


Bibliografia das obras impressas em Portugal no séc. XVII de João Frederico de Gusmão Corrêa Arouca – publicação do 4º volume (S-Z)

NOTÍCIA | Março | Edição BNP

 

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A publicação do 4º volume (Letras S-Z), que acaba de sair dos prelos, da Bibliografia das obras impressas em Portugal no século XVII, fruto do labor - paciente e empenhado - de João Frederico de Gusmão Corrêa Arouca (1908-1990), merece referência por completar um corpus de autores, títulos (cerca de 5 600) e impressores, útil para quem pretende estudar e conhecer a produção tipográfica do Portugal de Seiscentos, vindo assim colmatar uma lacuna

Ornados de bibliografia de referência – embora parcial - para quem estuda livro antigo, os três primeiros volumes, publicados entre 2001 e 2005, proporcionam significativos contributos que revelam, de forma indesmentível, a riqueza iconográfica seiscentista no que respeita à gravura nas suas diversas formas; outro tanto poderíamos dizer de atribuições femininas; de profusão de material jurídico de evidente valia histórico-administrativa de que são referência os mais de 400 Alvarás, Leis, Provisões e Regimentos inventariados entre o 1º (Letras

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A-C), o 2º (Letras D-L) e o 3º volumes (Letras M-R). As várias Artes – desde a Arte de Cozinha à Arte de bem morrer; a extensa obra camoniana, seus tradutores e estudiosos; as numerosas Relações que alimentavam o imaginário do tempo; os livros hagiográficos e de devoção; é este o rico manancial que os três exemplares anteriores encerram.

No 4º volume, percorrendo a galeria dos cerca de 1 200 títulos agora divulgados, encontramos, a grande distância de quaisquer outros autores, as obras de Gil Vicente e do Padre António Vieira. Dos prelos de Domingos Carneiro, O Livro do Infante Dom Pedro de Portugal, o qual andou as sete partidas do mundo, da pena de Gomes de Santo Estêvão, regista também numerosas menções, assim como o Tesouro de prudentes de Gaspar Cardoso de Sequeira, “matemático, natural da Vila de Murça”. Emparelham, a seguir, os Sermões de Jerónimo Peixoto da Silva, “cónego magistral da Sé do Porto” - que

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são bom exemplo da parenética da Restauração, patente em toda a obra - com os Casos de Teologia Moral de Manuel Lourenço Soares, “teólogo, pregador aprovado e confessor na Sé Metropolitana de Lisboa” ou o Cursus Philosophicus de Francisco Soares, teorizador jesuíta. Perpassam variegados exemplos do bilinguismo seiscentista, de que é referência Manuel de Faria e Sousa, com Noches claras divinas y humanas flores da tipografia de António Craesbeeck de Mello, Impressor de Sua Alteza. A letra T é abonada em Treslados e Tratados que recolhem a temática da guerra e da paz; em História, consagrada nas Crónicas monásticas e nos Parallellos de Príncipes e varões ilustres antigos de Francisco Soares Toscano, “natural da cidade de Évora”, sem esquecer a presença portuguesa no Brasil, Ásia e África, alcançando as terras do Preste João, ilustrada na História Geral de Ethiopia de Baltasar Teles. Na área das Ciências é relevante a Polyanthea Medicinal: noticias galénicas e chimicas repartidas em três tratados de João Curvo Semedo, médico, na

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primeira edição de 1697. A letra V detém uma opulenta colecção de 171 Villancicos que se cantaram na Capela Real, animando a Corte nas festas do Natal e dos Reis, publicados entre 1641 e 1700 nas oficinas de Manuel Rodrigues de Almeida, Domingos Lopes Rosa, Henrique Valente de Oliveira, António Dias da Costa, Jorge Rodrigues, José Ferreira, João da Costa, Manuel Gomes de Carvalho, Miguel Manescal e a dinastia dos Craesbeecks. Desfilam ainda, entre outras, as Comédias de Jorge Ferreira de Vasconcelos, os Contos e historias de proveito e exemplo de Gonçalo Fernandes Trancoso que viram a luz renovadamente naquela centúria e alguns autores castelhanos, como Quevedo e Garcilaso de la Vega. Com escassas mulheres escritoras, surge agora este volume como mais um instrumento para a história da tipografia, do mercado livreiro, do livro e da leitura no Portugal do século XVII.

A conclusão desta iniciativa editorial, sob a coordenação de Manuela D. Domingos – que contou com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e do então Projecto do Inventário do Património Cultural do II Quadro Comunitário de Apoio – consumar-se-á com a publicação dos Índices (5º volume), em preparação. O quarto volume, agora recém-publicado pela Biblioteca Nacional de Portugal, inventaria, como os anteriores, edições seiscentistas dadas à estampa em Portugal e localizadas em treze bibliotecas nacionais e em algumas estrangeiras, com particular incidência nas colecções albergadas pela BNP, devidamente sinalizadas (60%).