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Texto completo de Gil Miranda com Obra, Bibliografia e Discografia de Jorge Croner de Vasconcelos

 

 

Programa "Na Outra Margem", sobre Croner de Vasconcelos, por Manuela Paraíso


Celebrando… Jorge Croner de Vasconcelos (1910-1974)

EXPOSIÇÃO | 11 Novembro 2010 - 8 Janeiro 2011 | Sala de Referência | Entrada Livre

 

jorgevasconcelos0No ano em que se celebra o centenário do nascimento de  Jorge Croner de Vasconcelos (1910-1974) a Biblioteca Nacional de Portugal apresenta uma exposição de manuscritos autógrafos existentes no espólio do compositor. Ainda no âmbito das celebrações, serão interpretadas em Dezembro, na BNP, obras do autor pelo Coro de Câmara de Lisboa.

 

"Nascido em Lisboa a 11 de Abril de 1910, Jorge Croner de Vasconcellos (JCV) contou músicos notáveis entre os antepassados. (...)

Começando solfejo com a mãe, JCV estudou depois piano com Alexandre Rey Colaço, e composição com Luis de Freitas Branco, Francisco Lacerda, e Eduardo Liborio, cursando contemporaneamente Historico-Filisóficas na Faculdade de Letras. Em 1934 recebeu da Junta de Educação Nacional bolsa para Paris, onde se manteve até o verão de 1937. Aí trabalhou harmonia, contraponto e história da música com Nadia Boulanger; composição primeiro com Paul Dukas, depois com Roger Ducasse; piano com Mme Giraud-Latarse; e interpretação com Alfred Cortot. Beneficiou ainda dos ensinamentos de Igor Stravinsky. Em 1938 foi nomeado professor interino de composição do Conservatório Nacional (Lisboa), lugar que desempenhou até à morte.

jorgevasconcelosA obra de JCV cobre praticamente todos os géneros de música de câmara e sinfónica, exceptuada a ópera. Tecnicamente, caracterizou-se pelo relevo conferido à dissonância, como elemento estrutural e colorístico. Serviu-se com liberdade e discrição dos idiomas correntes antes do fim da segunda guerra mundial - modalismo, escala de tons inteiros, politonalismo, formação de acordes por sobreposição de intervalos diferentes da terceira. Conservou da música tonal a ideia de centro tonal e de cadência, mas alargou aos doze sons o conceito de tonalidade, e praticou cadências a intervalos diferentes da 5.ª descendente ou 4.ª ascendente. Como Paul Hindemith, seu contemporâneo, procurou uma linguagem musical que superasse o cromatismo romântico herdado de Brahms e Wagner e o atonalismo da 2.ª escola de Viena.  Porém, o instinto meridional afastou-o dos sistemas intelectuais estanques. Seu estilo exibe variedade e vitalidade dos ritmos, opulência da harmonia e, em geral, abstenção de grandes gestos retóricos, substituídos de preferência pela expressão concisa e o acento justo. Do ponto de vista do conteúdo, pode talvez sintetizar-se: um etos frequentemente melancólico; expressão directa da emoção; claridade e transparência da forma; gosto das meias tintas e dos contornos adoçados; capacidade de exprimir paixão, mas dificuldade na expressão da força; por vezes franco sentido humorístico. (...)"

 

Gil Miranda