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Aquisição pela BNP do Espólio de Urbano Tavares Rodrigues

 

urbano_1_thumbO Espólio adquirido pela BNP testemunha quase seis décadas de criação fecunda e variada – conto e romance, ensaio e crítica, ficção e crónica (com lugar especial para as incursões de viagens), poesia…; vida literária em que perpassa a interpretação da existência e do seu sentido, da consciência, da culpa e da memória. Veiculada também por revistas e jornais, por conferências e entrevistas, é obra rica que se continua, como continuam as traduções que de há muito vêm merecendo as páginas em antologia e outros aspectos de reconhecimento público.

 

Manuscritos de autor, por vezes em várias versões, e vasta correspondência recebida de Portugal e do estrangeiro – algumas urbano_tr_e59_1centenas de cartas, bilhetes, telegramas de que se podem realçar Fidelino de Figueiredo, Gaspar Simões, Álvaro Cunhal, Carlos de Oliveira, Jacinto do Prado Coelho, Aquilino Ribeiro, Cardoso Pires, Miguel Torga, Domingos Monteiro, David Mourão-Ferreira, Manuel da Fonseca, António Ramos Rosa ou Sophia…– integram o espólio.

 

Com o mesmo vieram também cartas de Manuel Teixeira Gomes, dirigidas a Urbano Rodrigues – seu biógrafo, jornalista e pai de Urbano Tavares Rodrigues – cartas apenas parcialmente publicadas em edição recente (O Cristal da Palavra, por Urbano Tavares Rodrigues e Victor W. Ferreira), uma outra carta de Afonso Costa também a Urbano Rodrigues, que foi seu secretário, e um bilhete de Afonso Lopes Vieira ao mesmo destinatário.

 

Urbano Tavares Rodrigues é autor de rica e vastíssima obra em ambos os domínios. urbano_tr_e59_rostoLicenciado em Filologia Românica com uma tese sobre Manuel Teixeira Gomes, publicada em 1950, foi ainda sobre o mesmo escritor que incidiu a sua dissertação de doutoramento, vinda a público em 1984; entre ambas, são marcantes os estudos sobre O Romance Francês Contemporâneo (1964), Realismo, Arte de Vanguarda e Nova Cultura (1966), ou Um Novo Olhar sobre o Neo-Realismo (1981). Na obra de ficção, onde se identifica um encontro de múltiplas influências estéticas que impedem uma rigorosa filiação de «escola», a sua criação ultrapassa os títulos consagrados com inúmeras distinções literárias (o Prémio Ricardo Malheiros para Uma Pedrada no Charco, em 1958, ou o Prémio Aquilino Ribeiro da Academia de Ciências de Lisboa para Fuga Imóvel, em 1982) e obriga a fixar desde A Porta dos Limites (1952), passando por Bastardos do Sol (1959), Nus e Suplicantes (1960), Desta Água Beberei (1979) até O Adeus à Brisa (1998); as suas Obras Completas, em curso de edição, revisitam um tão extenso fio de criação.