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Uma Colónia entre dois Impérios. A abertura dos portos brasileiros 1800-1808, de José Jobson de Andrade Arruda

LANÇAMENTO | 30 de Julho de 2008 | 17h30 | Livraria BNP | Entrada Livre

 

portosbrasil_thumbA Biblioteca Nacional de Portugal promoveu no passado dia 30 de Julho, na Livraria BNP, pelas 17h30, o lançamento da obra Uma Colónia entre dois Impérios. A abertura dos portos brasileiros 1800-1808, de José Jobson de Andrade Arruda. Com esta iniciativa a BNP prosseguiu as comemorações do bicentenário da transferência da corte portuguesa para o Brasil, dando a conhecer aos especialistas e público em geral uma obra que trata um acontecimento particularmente importante da história das relações entre as nações nele envolvidas: Portugal, a Inglaterra e o Brasil.

O estudo combina, de forma exemplar, as exigências de rigor documental da investigação académica com a acessibilidade de linguagem, exigida por uma ampla divulgação pública. As ilustrações, a reprodução, em português actualizado, dos documentos fundamentais relativos a este facto histórico e às suas implicações sociopolíticas imediatas, os gráficos e tabelas com dados económicos são elementos acrescidos de credibilidade e interesse para diversas áreas do saber.

Especialista em história económica e particularmente atento ao desenvolvimento histórico do Brasil, enquanto colónia portuguesa com influência directa no rumo do império e na sua evolução como estado, J. J. de Andrade Arruda analisa o período de 8 anos que medeia entre a abertura informal e pragmática dos portos brasileiros (devido ao contrabando) até ao Tratado de Comércio e Navegação entre Portugal e a Inglaterra formalmente decretado a 28 de Janeiro de 1808. Invocando perspectivas tradicionais de análise da actuação dos intervenientes, principalmente no que se refere às diligências preparatórias daquele acordo e às intenções manifestas e ocultas que o motivaram, o autor traz a público dados produzidos pela investigação mais recente no Foreign Office britânico que permitem uma leitura renovada de decisões políticas que afectaram o destino histórico das nações em análise.

O contexto histórico em que se enquadra a “abertura dos portos brasileiros” é analisado, com especial destaque para a polarização do mundo entre França e Inglaterra, e, particularmente, o ambiente de tensão numa Europa dominada pelo expansionismo belicista de Napoleão. Mostrando que a transferência da corte portuguesa para o Brasil – que o autor apelida de “transmigração” – foi desejada pelos Ingleses como forma de garantir o escoamento dos seus produtos manufacturados e industriais, bem como, o ‘alimento’ de matérias-primas originárias do Brasil (principalmente algodão). Esta posição seria conseguida pelo alargamento à colónia dos acordos económicos existentes e, a partir desta medida, pela abertura ao comércio universal que na prática seria uma abertura quase exclusiva ao comércio com a Grã-Bretanha. O Príncipe Regente D. João aceitou e respeitou este Tratado pois entendeu-o como um instrumento para garantir a integridade e soberania nacionais. Apesar da multiplicidade de interpretações das causas e consequências da abertura dos portos brasileiros ao comércio mundial, os factos históricos mostram que o Tratado que a instituiu foi claramente benéfico para a Inglaterra e teve consequências directas e muito negativas para a economia portuguesa.

A obra foi apresentada por Jorge Couto, especialista em História do Brasil e nas suas relações com Portugal, contando a sessão com a participação do autor.

Sobre o autor:

Licenciado em História pela Universidade de São Paulo (1966) e doutorado em História Económica pela mesma Universidade (1973). Actualmente é professor titular da Universidade de São Paulo, professor titular da Universidade Estadual de Campinas, Pró-Reitor e Editor-chefe da Editora da Universidade do Sagrado Coração. Participa no projecto de investigação ”Dimensões do Império Português: investigação sobre as estruturas e dinâmicas do Antigo Sistema Colonial”, promovido pela Cátedra Jaime Cortesão. É autor de várias dezenas de obras e colaborações e proferiu centenas de intervenções públicas, nas suas áreas de especialização. Integrou grandes projectos editoriais portugueses, como é o caso da História da Expansão Portuguesa, de Joel Serrão e Oliveira Marques. (org.). Lisboa: Estampa, 1986, ou A Definição dos Espaços Sociais, Culturais e Políticos no Mundo Ibero-Atlântico (de finais do séc. XVIII até hoje) de Maria da Graça Mateus Ventura. (org.). Lisboa: Edições Colibri, 1999 e colaborou em inúmeros periódicos brasileiros e europeus.