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Biblioteca Nacional de Portugal
Campo Grande, 83
1749-081 Lisboa
Portugal

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Primeiro manuscrito conhecido de um mapa de Portugal representando a totalidade do território, doado pela Fundação Calouste Gulbenkian

 

ALBERNAZ, João Teixeira, I, activ. ca 1602-1649

Reino de Portugal / [João Teixeira Albernaz, I. – Escala ca 1:291 000. – ca 1640]. - 1 mapa, em seis folhas coladas: manuscrito, pergaminho, colorido; 132x234 cm. - Atribuição de autor, escala e data com base em: Armando Cortesão, “A mais antiga carta corográfica de Portugal manuscrita de que há conhecimento”, Ethnos, vol. IV, 1965.

BNP IL. 239

 

O mapa encontra-se orientado a leste, inserido numa esquadria composta por escReino de Portugal - João Teixeira Albernazalas duplas, de graus (divididos em minutos) e de léguas (de 18 ao grau) e inclui a representação de cidades e outras povoações, um pormenorizado sistema hidrográfico e o desenho de numerosas árvores, implantadas em todo o mapa. A representação do país estende-se a algumas regiões contíguas de Espanha, designadamente, a norte até Vigo e a sudeste até Cádis. O mapa apresenta-se profusamente ornamentado na margem superior, correspondente ao território de Espanha, e nas margens inferior e lateral direita, correspondentes à orla marítima.

A Fundação Calouste Gulbenkian deliberou, em Julho de 2007, doar à Biblioteca Nacional de Portugal o valioso documento cartográfico manuscrito acima descrito. Este mapa foi adquirido pela FCG, em 1964, à Libreria Pregliasco, de Turim, após parecer favorável de Armando Cortesão, conforme testemunho do próprio, expresso no artigo acima referido. Sobre a proveniência do mapa, o seu proprietário, ao tempo, Signor Pron, terá referido, laconicamente, que tinha sido encontrado, em muito mau estado de conservação (enrolado e coberto de óleo) na cave de uma casa, na região de Turim. Quer o estado de conservação em que a obra foi encontrada, quer, ainda, os restauros posteriores, pouco cuidados, a que foi submetida, antes da sua venda, deixaram marcas profundas que se reflectem, sobretudo, no desvanecimento da pintura e de muitos topónimos que se tornaram de difícil leitura ou, mesmo, ilegíveis. Pese embora as vicissitudes porque passou, trata-se do primeiro manuscrito, conhecido, de um mapa de Portugal que contempla a totalidade do território.

O seu autor, João Teixeira Albernaz I (designação que lhe foi atribuída para o distinguir de um seu neto homónimo e também cartógrafo, João Teixeira Albernaz II), considerado “o mais notável cartógrafo português da primeira metade do século XVII” (cf. Portugaliae Monumenta Cartographica, vol. IV, p. 79), nasceu em Lisboa, provavelmente no último quartel do século XVI, recebeu carta de ofício em 1602, carta régia para o exercício de funções no Armazém da Guiné e Índia, em 1605, e intitulou-se Cosmógrafo-mor de Portugal, em 1648, no seu atlas Descripçaõ dos portos marítimos do Reino de Portugal. Da sua notável e numerosa produção de mapas, elaborados entre cerca de 1616-1649, é esta espécie a única que representa a totalidade do país. Com esta valiosa doação, o Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian contribui para o significativo enriquecimento da colecção de Cartografia da BNP, abrindo novos incentivos á investigação.

 
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