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Literatura Escrita por Mulheres

Edite Soeiro, uma força do jornalismo e uma vida literária

CICLO DE CONFERÊNCIAS | 24 fev. '22 | 18h00 | Auditório | Entrada livre

> As visitas à BNP obrigam à desinfeção das mãos e ao uso de máscara durante a permanência no edíficio.

Isabel Araújo Branco organiza a edição de 2021/2022 das conferências dedicadas a «Literatura Escrita por Mulheres», a quinta deste ciclo de encontros realizado no âmbito da linha de investigação «História das Mulheres e do Género», do CHAM-Centro de Humanidades NOVA.

A História tem vindo a ser escrita ao longo do tempo como um construto que generaliza a vivência humana através da padronização do e no masculino. História sem género, dir-se-ia, mas que afinal exclui as mulheres da história. A historiografia tem construído barreiras de análise cultural, social, religiosa e política que excluem as mulheres. 

Com coordenação de Maria Barreto Dávila, a linha de investigação «História das Mulheres e do Género», do CHAM pretende contrariar esta tendência e constituir-se como uma área de investigação inovadora e multidisciplinar.



Edite Soeiro, uma força do jornalismo e uma vida literária


Esta comunicação visa dar a conhecer a vida, a figura e a obra jornalística de Edite Soeiro, bem como estabelecer as ligações que o seu amplo legado jornalístico – disperso em crónicas, entrevistas e reportagens escritas ao longo de 57 anos de carreira em vários jornais e revistas, incluindo também uma passagem de 30 meses pela editora Ulisseia – possui com a literatura.

Nascida em 1934 em Angola, Edite Soeiro começou a trabalhar aos 16 anos no bissemanário O Intransigente, com sede em Benguela. Fixou-se em Lisboa em 1962, tendo-se apresentado na sede da revista Flama com um molhe de crónicas debaixo do braço. O diretor, Silva Costa, gostou desse cartão de visita e contratou-a. Foi na Flama que Edite Soeiro ganhou visibilidade como repórter. Dois grandes trabalhos destacam-se no conjunto deste período: a cobertura das cheias na região de Lisboa em 1967 e dos Jogos Olímpicos do México em 1968. Daí passou para a direção da revista Notícia, também um caso muito singular no panorama da imprensa portuguesa, já que se tratou de uma revista com sede em Angola, fundada em 1959 e que a partir de 1966 passou a ter uma «edição metropolitana». Edite Soeiro integrou e chefiou a redação da revista em Lisboa até ao seu fecho em 1972. Um dos seus orgulhos profissionais passa por uma grande reportagem sobre a emigração portuguesa em França e na Alemanha, publicada em várias edições d’ Notícia. Daí, passou para a chefia de redação da revista Flama, sendo um dos poucos casos de mulheres que ocuparam cargos de redação em órgãos de comunicação social antes do 25 de abril. A sua vida jornalística continuou depois no semanário O Jornal, no semanário Se7e e na revista Visão. Foi galardoada com o prémio Gazeta de Mérito em 2006, tendo falecido em 2009.


Carla Baptista

Professora associada da UNL – FCSH, lecionando no Departamento de Ciências da Comunicação. É investigadora do ICNOVA e jornalista freelancer. As suas áreas de interesse são a história dos media e do jornalismo, media e género, media e política e media e cultura. Publicou vários livros sobre estas temáticas.






Cabeçalho: pormenor da pintura Woman Writing a Letter por Gerard ter Borch - Mauritshuis, Netherlands Disponível aqui