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Faleceu José-Augusto França (1922-2021)

NOTÍCIA | 18 set. '21

 

 

Natural de Tomar, José-Augusto França (1922-2021) desenvolveu uma obra com largo percurso de intervenção cultural e cívica que marcou várias gerações, enquanto historiador e crítico de arte, ensaísta, sociólogo, ficcionista, criador literário, e lhe grangeou inquestionável reconhecimento nacional e internacional. A sua vasta bibliografia conta com mais de cem livros e centenas de artigos sobre uma multiplicidade de temas, destacando-se os estudos de história da arte em Portugal nos séculos XIX e XX,  e de história de Lisboa, em especial a reconstrução da Baixa Pombalina após o terramoto de 1755.


Professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa, onde se jubilou em 1992, José-Augusto França licenciou-se em Histórico-Filosóficas (1944) pela Universidade de Lisboa e diplomou-se em Sociologia da Arte na École Pratique des Hautes
Études, em Paris, a que se seguiu o doutoramento em História (1962, com Une ville des lumières: la Lisbonne de Pombal) e o doutoramento em Letras (1969, com Le romantisme au Portugal).

Entre 1951 e 1956 organizou e editou a série Unicórnio, Bicórnio, Tricórnio, Tetracórnio e Pentacórnio, «antologia de inéditos de autores portugueses contemporâneos», que reuniu a colaboração de grandes nomes da cultura portuguesa como Almada Negreiros, José Blanc de Portugal, António Sérgio, Jorge de Sena, Eduardo Lourenço, Alberto Lacerda, António Sérgio, António Quadros, Vitorino Nemésio, Vespeira entre muitos outros. Codirigiu, em 1951-53, as 2.ª e 3.ª séries dos Cadernos de Poesia e dirigiu, entre 1971 e 1996, a revista Colóquio/Artes, da Fundação Calouste Gulbenkian.

Foi diretor do Centro Cultural da Fundação Gulbenkian em Paris (entre 1980 e 1986) e presidiu ao Instituto de Cultura e Língua Portuguesa e à Academia das Belas Artes. Foi condecorado com a Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1991), a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2006) e a Medalha de Mérito Cultural (2012).

No ano em que José-Augusto França completou 90 anos, em 2012, a Biblioteca Nacional de Portugal realizou uma mostra bibliográfica homenageando o autor que, desde a juventude e ao longo de toda a sua vida, ali desenvolveu grande parte da sua investigação e de quem recebeu a doação de parte significativa do seu espólio, integrado no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea.