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Biblioteca Nacional de Portugal

Serviço de Actividades Culturais

Campo Grande, 83

1749-081 Lisboa

Portugal

 

 

Informações

Serviço de Relações Públicas
Tel. 21 798 21 68

Fax 21 798 21 38
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Horários

De 18 jul. a 15 set.

2.ª - 6.ª 09h30 - 17h30

 

A partir de 16 set. (inclusive)

2.ª - 6.ª 09h30 - 19h30

sáb.  09h30 - 17h30

 

 

Festival Jardins Abertos
Visitas nos dias 18, 19, 25 e 26 jul.

Mais informações

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Jardim da Biblioteca Nacional

um espaço público com mais futuro

NOTÍCIA | jul. '20

 

 

Até meados do séc. XX, as zonas que ladeiam o parque público do Campo Grande permaneceram essencialmente rurais até à sua radical transformação operada, entre as décadas de 40 e 60, pela urbanização do Bairro de Alvalade, no lado oriental, e pela implantação da Cidade Universitária e construção da Biblioteca Nacional,  nos terrenos do lado ocidental.


Coube a António Facco Viana Barreto (1924-2012) o projeto de arquitetura paisagista para os espaços exteriores da Biblioteca Nacional, desenvolvido logo a partir de 1955, ano em que Pardal Monteiro ainda trabalhava no anteprojeto do edifício. São 4,13 ha de jardim, organizados em três zonas distintas: uma faixa verde e aberta, com relvado, fronteira ao edifício; outra zona situada a norte, junto à parte destinada a serviço; e uma superfície mais ampla ocupando o topo sul, em frente à Sala de Leitura Geral da Biblioteca, que o arquiteto considerava “a zona útil de jardim ou de pequeno parque”.

 

O conceito geral, inovador para a época, é de um ajardinamento naturalista, concebido para realçar o edifício num ambiente sem formalidades e próximo da natureza, tanto no que respeita ao desenho dos espaços como à seleção e distribuição de espécies.  A arborização distribui-se fundamentalmente junto aos limites do terreno, promovendo a defesa contra os ventos e a integração paisagística com o parque do Campo Grande. O projeto de execução, datado de 1964, apresentava 22 tipos de espécies arbóreas e 64 de arbustivas.


A disposição da estrutura vegetal é caraterizada pelos domínios a sul e poente do Ulmeiro (Ulmus procera) e, na transição do sector nascente para poente, dos Jacarandás (Jacaranda mimosifolia) e Castanheiros da India (Aesculus hipocastanum). O setor poente é praticamente dominado pelo Ulmeiro (Ulmus procera) dando lugar, à medida que nos aproximamos do extremo norte, ao Zambujeiro (Olea europaea var. Sylvestris). Neste setor, do lado poente, o Zambujeiro partilha o espaço com o Pinheiro manso (Pinus pinea); do lado nascente encontramos, na periferia de enquadramento, o Bordo (Acer pseudoplatanus) e no canto nascente o Choupo branco (Populus boleana).

 

Para além da degradação natural pela falta de manutenção adequada e regular, ao longo de décadas, o jardim sofreu especialmente com a obra de ampliação e remodelação da torre de depósitos, realizada entre 2008 e 2012, cujo vasto estaleiro ocupou toda a zona sul/poente. A atual obra de requalificação do jardim, ainda a decorrer, da responsabilidade do Arquiteto Paisagista João Ceregeiro, procura corresponder ao espírito do projeto original e abrange os setores norte, sul e poente. Tem como objetivos a recuperação dos terrenos, com remodelação da zona sul; a eliminação dos pavilhões pré-fabricados construídos em finais de 70; a construção de novos estacionamentos a norte, na zona de serviço; a plantação de novas árvores, arbustos e herbáceas de cobertura, a semeadura de relvado e prados, a introdução de nova rede de rega e a recuperação de caminhos pedonais.

 

Como última nota, refiram-se alguns elementos de valorização do jardim e melhoria das condições de vivência pública do espaço que esta obra introduz: um lago naturalizado na zona sul, frente à Sala de Leitura Geral, previsto por Viana Barreto no projeto de execução de 1964 e que não chegou a ser concretizado; a introdução de mobiliário urbano, até hoje inexistente; e a abertura de um acesso pedonal pela Av. Prof. Aníbal Bettencourt, para facilitar a entrada direta naquela zona do jardim.


Esta obra, tornada possível com financiamento da Câmara Municipal de Lisboa no âmbito de Lisboa Capital Verde Europeia 2020, contribui para esse compromisso com o futuro que é a valorização na cidade de um património que se quer aberto, vivo e para ser vivido.