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Horário
2.ª - 6.ª 09h30 - 19h30
sáb. 09h30 - 17h30
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Literatura Escrita por Mulheres - Mulheres nos primórdios da literatura infantil brasileira e portuguesa
CICLO DE CONFERÊNCIAS | 27 fev. '20 | 18h00 | Auditório | Entrada livre | Programa
Isabel Araújo Branco organiza a edição de 2019/2020 das conferências dedicadas a «Literatura Escrita por Mulheres», a terceira deste ciclo de encontros realizado no âmbito da linha de investigação « História das Mulheres e do Género», do CHAM-Centro de Humanidades NOVA. A História tem vindo a ser escrita ao longo do tempo como um construto que generaliza a vivência humana através da padronização do e no masculino. História sem género, dir-se-ia, mas que afinal exclui as mulheres da história. A historiografia tem construído barreiras de análise cultural, social, religiosa e política que excluem as mulheres. Com coordenação de Maria Barreto Dávila, a linha de investigação « História das Mulheres e do Género», do CHAM pretende contrariar esta tendência e constituir-se como uma área de investigação inovadora e multidisciplinar.
O jogo da paixão em O Mestre e a paixão do jogo
na obra visual de Ana Hatherly
Proponho examinar O Mestre (1963), de Ana Hatherly, como narrativa exemplar da ‘desconstrução do discurso oficial’ da tradição subjacente ao movimento contemporâneo de poesia portuguesa experimental (PO.EX.), como postulado pela própria Hatherly e por Ernesto M. M. Castro (Castro, 1995, p. 59). Considerarei a forma como esse texto opera a desconstrução de topoi de narrativas experienciais de maturação e aprendizagem ( bildung) e de aprendizagem do amor ( Ars amatoria) da tradição ficcional e poética ocidental e de convenções ficcionais relativas a questões de género literário, enredo e focalização. Adicionalmente, arguirei que Hatherly convoca uma tradição específica de género literário e identitário da literatura e cultura portuguesas, nomeadamente a narrativa com enfoque sentimental no feminino – evocando obras e personagens tais como Menina e Moça ou as Cartas de Mariana Alcoforado –, com o intuito de estabelecer uma genealogia textual genérica para O Mestre, que por sua vez, problematiza as convenções genéricas e identitárias associadas a essa tradição. Finalmente, articularei a metáfora do jogo da paixão na novela com instâncias da paixão do jogo materializada em obras visuais da artista como exercícios de desconstrução do próprio discurso enquanto construção linguística.
Patrícia Taborda Silva: É investigadora no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, onde desenvolve investigação sobre o Modernismo como fenómeno transcultural, com incidência em redes, trânsitos e trocas no contexto de movimentos literários e artísticos portugueses e brasileiros da primeira metade do século XX e a sua receção de e por movimentos de outras tradições linguísticas e culturais. Os seus principais interesses de investigação consistem em Estudos Culturais, Estudos Lusófonos, Literatura Comparada, Interartes e Culturas Visuais. Patrícia é doutorada em Estudos Portugueses e Brasileiros pelo King’s College London, foi investigadora visitante na School of Advanced Studies, University of London, e lecionou língua portuguesa e literaturas lusófonas na Universidade de Cambridge e em University College London. É autora de Yeats and Pessoa: Parallel Poetic Styles (2010) e tem artigos publicados nas revistas científicas Colóquio-Letras, Pessoa Plural, Portuguese Studies, Portuguese Literary & Cultural Studies e Comparative Critical Studies. Co-editou, com Steffen Dix, o número especial de Pessoa Plural intitulado «Modernismos portugueses 1915-1917: Contextos, Facetas e Legados da Geração Orpheu» (2017).
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