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Frei Bartolomeu dos Mártires, um novo santo português

DESTAQUE | 9 dez. ´19 - 11 fev. '20 | Sala de Referência | Entrada livre

São Bartolomeu dos Mártires nasceu em Lisboa a 3 de maio de 1514, tendo sido batizado com o nome de Bartolomeu Fernandes. Quando abraçou a religião, e em memória do seu avô, acrescentaria ao nome o apelido «do Vale», alterado mais tarde para «dos Mártires», pelo facto de ter sido batizado na igreja homónima. Esta evolução do nome espelha também algumas das etapas da formação da sua personalidade, desde que o «menino dos olhos tortos», que acompanha diariamente o seu avô já cego à Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, dele recolhe a sensibilidade para uma vida espiritual intensa e austera. Empenha-se no estudo diligente e, na relação com os frades dominicanos do Convento de São Domingos de Lisboa, desenvolve uma especial apetência para a vida religiosa que, aos 14 anos, haveria de iniciar por solicitação ao respetivo prior, Frei Jorge Vogado, enfrentando, a partir de então, os desafios de uma vida austera e encetando um percurso académico brilhante.

(...)

A sua vida haveria de inspirar vários biógrafos, com relevo para Frei Luís de Sousa que escreveria essa obra-prima da literatura portuguesa que é a Vida de Dom Frei Bartolomeu dos Mártires, e Frei Luís de Granada, a que se seguiriam as de Giovanni Guillardi, Frei Malaquias d’Inguimbert, Aquilino Ribeiro, José Caldas, Mons. José de Castro e Frei Raúl de Almeida Rolo. Na ação política haveria de envolver, nas disputas que provocou, o próprio Camilo Castelo Branco. A sua obra com cerca de 30 títulos, de vários géneros literários, aliada à sua ação social e pastoral, é cada vez mais alvo de estudo em artigos, conferências, teses académicas. O Papa João Paulo II citou o seu exemplo na Exortação apostólica «Pastores gregis», celebrando também a sua beatificação, a 4 de novembro de 2001. E o Papa Francisco, a 5 de julho de 2019, assina o decreto de canonização, declarando que «Bartolomeu dos Mártires, da Ordem dos Pregadores, que foi Arcebispo de Braga, é Santo e que como tal, deve ser inscrito no Catálogo dos Santos e piamente honrado e invocado entre os Santos da Igreja Universal», fazendo finalmente jus ao sentir do povo que tão diligentemente serviu e que, desde a sua morte, o apelidava de «Arcebispo-Santo».

Pe. Jorge Alves Barbosa