Numa edição conjunta da Imprensa Nacional e da BNP,
Volta ao Mundo. Obra Gráfica de José de Guimarães é o catálogo completo das gravuras por ele produzidas até final de 2018. A apresentação do livro conta com a presença de José de Guimarães, Raquel Henriques da Silva e dos editores, e é precedida, pelas 18h00, de uma visita à Exposição patente na BNP.
Volta ao Mundo é o roteiro de todas as geografias da sua criação gráfica por onde, ao longo de mais de meio século, foi fixando um imaginário de sinais, tradições e movimentos do nosso mundo em transformação. Com este livro, e a exposição do mesmo nome, celebramos o artista e a sua leitura desse mundo, na casa que ele mesmo escolheu para morada pública da sua obra gráfica completa –a Biblioteca Nacional de Portugal – confiando-a a um futuro que é para todos. Foi o próprio autor que, voluntaria e desinteressadamente iniciou, há mais de trinta anos, a construção desse futuro, continuando-a até hoje, sempre por generosa doação, numa atitude cívica que compreende como as noções legado e partilha são essenciais à cultura.
Maria Inês Cordeiro
Perante a multiplicidade e a vastidão de sessenta anos de trabalho continuado, este catálogo concentra-se apenas na gravura, que conta, em 2018, com cerca de 500 primeiras peças. Mas, na rede dinâmica que articula as diversas áreas em que JG trabalha, escrever sobre a gravura significa manejar uma visão sobre o conjunto da obra em que esta específica tipologia foi e continua a constituir um campo fecundo. Trata-se de uma atualização e ampliação do catálogo José de Guimarães. Obra Gráfica 1962-1998, editado também pela Biblioteca Nacional em 2000, registando a oferta da coleção de gravura de JG até ao limite cronológico registado no título. Neste caso, volta a inventariar-se tudo o que ali se continha e mais um vasto conjunto de peças, quer anteriores a 1998 (que tinham escapado ao primeiro inventário) quer, sobretudo, a vastíssima produção posterior. Tal como no primeiro catálogo que apresentei, volto a adotar um percurso cronológico por me parecer que é o que melhor dá conta de sucessivos períodos, dos seus contextos e valores poéticos.
Raquel Henriques da Silva