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sáb.  09h30 - 17h30

 

 

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Volta ao mundo

Obra gráfica de José de Guimarães

EXPOSIÇÃO | 22 out. ‘19 - 16 maio '20 | Galeria - Piso 1 | Entrada livre


Esta exposição é uma grande retrospetiva da obra gráfica de José de Guimarães, que apresenta, na Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), em Lisboa, uma seleção representativa da sua gravura produzida desde os anos 60 até final de 2018.

Com curadoria de Pedro Campos Costa e Raquel Henriques da Silva, a exposição baseia-se no acervo de obras que o autor tem vindo a doar à BNP, onde se encontra um exemplar de toda a sua gravura, num total que ascende a mais de 400 obras.

“Volta ao Mundo. Obra Gráfica de José de Guimarães” é também o título de um catálogo raisonné bilingue (português e inglês) que será publicado pela Imprensa Nacional, que assim se associa à BNP nesta iniciativa, no ano em que o artista completa 80 anos.


Mais importante que o destino é a viagem.
Eduardo Lourenço

As viagens de José de Guimarães, as físicas e as outras, são pesquisa, deriva e dialética. São parte do seu trabalho, onde procurou territórios, investigou realidades, confrontou-se com culturas, colecionou arte popular, apaixonou-se por artefactos, relacionou perspetivas emocionais, numa longa viagem de vida que ainda continua, de Oriente a Ocidente, sem esquecer a África e a América Latina. A sua viagem convida a um mapeamento incerto de um território íntimo, quase ritualista e místico e ao mesmo tempo universal. A sua obra gráfica são os vestígios dessa viagem, âncoras, às vezes sintéticas de obras maiores, às vezes exploratórias de novas linguagens, às vezes inovadoras nos materiais, às vezes simples marcas de água de um determinado tempo, dessa procura à volta ao mundo. Diverso e ainda assim coerente.

Esta exposição propõe uma síntese de toda a obra gráfica, uma grande retrospetiva não cronológica. O desafio de fazer um espaço expositivo da obra de José de Guimarães é um exercício de presença, como se as suas obras criassem novas realidades ou pedissem novos espaços. As obras de José de Guimarães têm no seu ADN um guião espacial que obriga o espaço expositivo a ser intérprete e a construir. O conceito da exposição é a viagem. Propõe-se que esta volta ao mundo seja feita através de uma arquitetura de experiências, de espaço e de cor. Uma sucessão simples de salas de “museu” onde não existe nem princípio nem fim.  Uma viagem sem destino. Um convite a andar à solta por este mundo.

O espaço é constituído por 4 salas em torno de uma sala redonda e central. As salas resultam dos limites do espaço, adaptam-se às pré-existências criando formas, tamanhos, métricas e dimensões variáveis.  A viagem começa antes de se entrar, cá fora, com as matrizes das águas fortes, serigrafias e outras técnicas da gravura. A mão, o arts and crafts sempre presente na sua obra. Ao longo do percurso há momentos na exposição onde algumas obras da sua coleção povoam as salas. São intrusos convidados, que estão ali, tão inseparáveis da sua obra como metafisica do inconsciente presente de José de Guimarães.

Depois viaja-se pelas salas que não são nem cronológicas nem temáticas, são conjuntos de séries que habitam o espaço de forma pictórica e plástica, como pequenas narrativas ou excertos de um longo livro. Na viagem, especialmente das narrativas de Marco Polo, Stendhal, Goethe, Verne ou Barthes, existe um espaço imaginado que não é construído. Viaja-se na imaginação para um lugar sem espaço. Nesta exposição da obra gráfica de José de Guimarães,  viaja-se num espaço físico construído para se poder viajar pelo mundo da imaginação. Boa viagem.

Pedro Campos Costa