A Orquestra Metropolitana de Lisboa interpreta, com direção do maestro Pedro Amaral, peças dos compositores portugueses Pearce de Azevedo e Eurico Carrapatoso, e a Sinfonia N.º 9, Op. 95, de A. Dvořák, neste último concerto da temporada na Biblioteca.  

Uma obra musical é um mundo, em si mesma. Projeta-se e materializa-se num quadro de referências que lhe é próprio, mas dialoga simultaneamente com o que a rodeia, desde o momento em que é criada até às infindáveis reinvenções de cada interpretação, de cada escuta.

Nesse sentido, este programa da Orquestra Metropolitana de Lisboa percorre diferentes mundos. Aproxima-se dos universos de dois compositores com lugar cativo no panorama musical português do passado meio século, para lá do «Novo Mundo» que Antonín Dvořák conheceu nos E.U.A. em finais do século XIX. As peças de Vasco Pearce de Azevedo e de Eurico Carrapatoso coincidem em diferentes aspetos. Foram ambas compostas em 1998 e homenageiam o francês Olivier Messiaen (1908-1992), um compositor pioneiro que, de maneira audaz, soube fecundar a criação musical com inspirações improváveis, integrando-as na sua própria linguagem.

Já a Sinfonia N.º 9 do compositor checo é trespassada por melodias autóctones, algumas baseadas em canções que ouviu, outras inspiradas numa projeção idealizada das culturas dos negros e dos índios norte-americanos.