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Fernando Echevarría: 90 anos

DESTAQUE | 1 fev. - 2 mar. '19 | Sala de Referência | Entrada livre

No dia 26 de fevereiro do corrente ano, é atribuída ao poeta Fernando Echevarría a Medalha de Mérito Cultural em «reconhecimento do inestimável trabalho difundindo a Língua e a Cultura portuguesas».
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Fernando Echevarría nasceu em 1929, em Cabezón de la Sal (Espanha). Estudou Humanidades, em Portugal, e Filosofia e Teologia, em Espanha. Exilado em Paris, em 1961, dedicou-se à docência e dividiu as suas atividades entre França, Argélia e Portugal. Colaborou em publicações como Graal, Cadernos do Meio-Dia, Eros ou Colóquio/Letras.

As primeiras obras do autor, precursoras das tendências futuras e emergentes num momento de balanço das vertentes poéticas que atravessaram a década de 50, trazem a novidade do poema curto. Como sublinha Fernando Martinho, a poesia de Echevarría assenta «em insólitos enjambements, no amplo recurso à frase nominal, e na estranheza das imagens com que procurava expressar-se, em rude e humaníssima linguagem, o diálogo com o divino».

As metáforas verbais, o amplo uso da frase nominal, a disciplina rítmica e rimática, o jogo dialético das palavras reiteradas no poema, são algumas das caraterísticas de uma poética que tem sido frequentemente inserida num movimento neobarroco na sua dupla fonte: a do contacto direto com a tradição gongórica e a da releitura depurada dessa tradição efetuada pela geração espanhola de 27 (cf. Fernando Guimarães - «Fernando Echevarría», in Dicionário de Literatura Portuguesa, Lisboa, 1996).

Mas pode ainda aproximar-se Echevarría de outras duas tendências contemporâneas: a do desenvolvimento de uma poesia reflexiva, a que subjaz a especulação filosófica, e que aproxima o autor de alguns colaboradores de Eros, como Fernando Guimarães ou António José Maldonado (tendência agudizada nos últimos títulos: Introdução à Filosofia e Fenomenologia); e a vertente da compreensão, muitas vezes coincidente com a primeira tendência, na esteira do simbolismo mallarmiano, da poesia como um instrumento de conhecimento, na decifração de uma dimensão absoluta e de uma verdade metafísica que podem ser entrevistas pelo uso do símbolo na condensação intensiva de todas as irradiações significativas de certas palavras.