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sáb.  09h30 - 17h30

 

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Apoio:



Prémios Nobel da literatura ibero-americana

MOSTRA | 30 out. '17 - 31 jan. '18 | Sala de Referência | Entrada livre
SESSÃO | 30 nov. '17 | 18h30 | Auditório BNP | Entrada livre

No âmbito da programação da Lisboa Capital Ibero-Americana da Cultura 2017, a Biblioteca Nacional de Portugal presta homenagem aos 12 prémios Nobel da Literatura Ibero-Americanos, através de uma mostra em que se expõem as traduções portuguesas de algumas das suas obras mais significativas, bem como correspondência entre estes e escritores e intelectuais portugueses, e de uma sessão com Isabel Araújo Branco, professora de Estudos Hispânicos e de Tradução da Universidade Nova de Lisboa, em que se abordará sobretudo a obra de alguns dos autores, em particular de Gabriel García Márquez, Pablo Neruda e Gabriela Mistral, bem como a sua relação com Portugal e com a literatura portuguesa. A sessão conta ainda com um recital de poesia por Ricardo Marques.


José Echegaray y Eizaguirre (1832-1916), engenheiro civil, economista, matemático, político e dramaturgo espanhol. Os conflitos envolvendo o sentido do dever estão no cerne da maior parte das suas peças, a mais conhecida das quais é El gran Galeoto, um drama escrito à maneira do século XIX, que aborda o efeito de um boato na felicidade de um homem de meia-idade. Recebeu o Nobel de Literatura de 1904, que partilhou com o poeta provençal Frédéric Mistral, «como reconhecimento das inúmeras e brilhantes composições que, de forma pessoal e original, permitem reviver a grande tradição do drama espanhol».


Jacinto Benavente (1866-1954), dramaturgo e crítico espanhol, escreveu 172 obras. Primeiramente conhecido como autor de comédias de costumes e de farsas num ato, que decorrem em Madrid ou em Moraleda, uma cidade imaginária de Castela, marcadas pela ironia e pela crítica social aos diferentes estratos que caracteriza, evoluiu depois para um registo dramático, em que não abandona os antigos temas marcadamente realistas, com um estética não vinculada ao modelo da tragédia antiga. Recebeu o Nobel de Literatura de 1922, «pela forma feliz com que deu continuidade à ilustre tradição do drama espanhol».


Gabriela Mistral (1889-1957), pseudónimo de Lucila de María del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga, foi uma poetisa chilena, mas também professora primária, educadora, diplomata e ativista pelos direitos da mulher. Os temas centrais da sua poesia são o amor, sobretudo o amor materno, e as memórias pessoais de mágoa e superação. Recebeu o Nobel de Literatura de 1945, pela sua «poesia lírica, inspirada por emoções poderosas, o que fez do seu nome um símbolo das aspirações e ideais de todo o mundo latino-americano». Foi o primeiro escritor latino-americano a receber o Nobel da Literatura.


Juan Ramón Jiménez (1881-1958), poeta espanhol que integrava o grupo dos modernistas, onde pontificava Rubén Darío. A sua poesia de grande sensibilidade, fortemente visual e formalmente contemplativa, foi influenciada pelo romantismo alemão e pelo simbolismo francês. Tornou-se o modelo de uma nova geração de poetas. Foi também crítico e editor de revistas literárias. A sua obra mais popular talvez seja Platero e eu, (1914), uma narrativa em prosa poética que recria a vida e morte do burro Platero, obra que décadas mais tarde seduziu o único Nobel da Literatura português, José Saramago, que em A Jangada de Pedra introduz a figura do burro Platero, numa clara homenagem àquela obra e ao seu autor. Recebeu o Nobel de Literatura de 1956, pela «sua poesia lírica que na língua espanhola constitui um exemplo de elevação espiritual e de pureza artística».


Miguel Ángel Asturias (1899-1974), escritor, jornalista e diplomata guatemalteco. Romancista e poeta fortemente marcado pelo surrealismo e considerado precursor do realismo mágico. Ao incorporar nos seus livros coloquialismos, lendas e crenças fantásticas, hábitos e costumes dos povos indígenas que retrata, é, no panorama latino-americano, pioneiro da incorporação de elementos da antropologia e da linguística histórica na literatura. Homens de milho (1949), na primeira parte da qual se confrontam uma comunidade indígena isolada e os colonos ocupantes, é geralmente considerada a sua obra-prima. Recebeu o Nobel de Literatura de 1967 «pelo seu vívido contributo literário, profundamente enraizado nos traços identitários e nas tradições dos povos indígenas da América Latina».


Pablo Neruda (1904-1973), poeta e diplomata chileno e um dos mais importantes poetas da literatura contemporânea. A obra de Neruda passa por diferentes fases, do poeta lírico e angustiado de Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924) ao poeta de intervenção de Canto geral, porventura o seu livro maior e uma obra épica sobre a natureza, os povos e o destino histórico da América Latina. Recebeu o Nobel de Literatura em 1971, «pela poesia que com a energia de uma força telúrica reaviva o destino e os sonhos de um continente».


Vicente Aleixandre (1898-1984), poeta espanhol da chamada Geração de 27, que incluía nomes como Federico Garcia Lorca e Luiz Cernuda. Com uma produção prolífica, fundada na vida quotidiana, mas constantemente renovada, Num grande domínio (1962) será porventura a sua obra maior. Recebeu o Nobel de Literatura em 1977, «por  uma escrita poética criativa que ilumina a condição do homem no cosmos e na sociedade atual, ao mesmo tempo que representa a grande renovação das tradições de poesia espanhola entre Guerras».


Gabriel García Márquez (1927-2014), escritor e jornalista colombiano, exemplo maior do chamado realismo mágico, a sua obra mais conhecida será, porventura, Cem anos de solidão (1967), na qual narra, desde o nascimento até à sétima geração, a mítica história da família Buendía, na cidade imaginária de Macondo, palco também de outros romances e contos. Recebeu o Nobel de Literatura em 1982, «pelos seus romances e contos, em que o fantástico e o real se combinam num mundo imaginário fecundo que reflete a vida e os conflitos de um continente».


Camilo José Cela (1916-2002), escritor espanhol, foi um dos líderes da renovação literária espanhola no pós-guerra. A sua prosa crua inaugurou a corrente conhecida por «tremendismo». A sua obra mais conhecida é porventura A família de Pascual Duarte (1942), em que pela voz do narrador-protagonista e da sua história de vida caracteriza um pequeno povoado rural, por onde perpassam os instintos primários e as grandes paixões. Recebeu o Nobel de Literatura em 1989, pela sua «prosa rica e intensa, que com uma contida compaixão forma uma visão desafiadora da vulnerabilidade humana».


Octavio Paz (1914-1998), poeta, ensaísta, tradutor e diplomata mexicano. Escritor prolífico, a sua obra abarcou vários géneros, da poesia aos inúmeros ensaios sobre literatura, arte, cultura e política. É considerado um dos maiores escritores do século XX. Influenciado pelo movimento surrealista, particularmente por André Breton, de quem foi amigo, a sua poesia aborda primeiro temas como a sensualidade e a beleza, e mais tarde a condição humana e a realidade social, os quais retoma nos seus ensaios. Recebeu o Nobel de Literatura em 1990, pela sua «escrita apaixonada de horizontes largos, caracterizada pela inteligência dos sentidos e por uma integridade humanista».


José Saramago (1922-2010), escritor português, mas também cronista, poeta e autor dramático. A interrogação constante entre o homem e a História, misturando uma dimensão individual e coletiva, numa narrativa marcada por uma certa liberdade estilística, ao nível da expressão linguística, em que o discurso direto das personagens imerge no discurso do narrador, numa espécie de fluxo contínuo, constitui um dos traços distintivos da sua obra. O seu romance mais conhecido é, provavelmente, o Memorial do Convento (1982), no qual relata as peripécias da construção do Convento de Mafra, numa narrativa fantástica, que cruza realidade e ficção, factos reais e personagens imaginários: o rei D. João V e Bartolomeu de Gusmão, com a misteriosa Blimunda e o operário Baltazar, a aristocracia e o povo construtor da História. Recebeu o Nobel de Literatura em 1998, pela sua escrita cujas «parábolas alicerçadas na imaginação, compaixão e ironia nos permitem continuamente compreender uma realidade efémera».


Mario Vargas Llosa (1936), escritor, jornalista, ensaísta e político peruano. Pela sua obra perpassa a crítica à opressão social no Peru e na América Latina. O seu romance mais conhecido é provavelmente Conversa na Catedral que o próprio considerou como a sua obra maior, aquela que salvaria de um incêndio se apenas pudesse salvar uma. Na taberna «A Catedral», a conversa que se desenrola entre o jornalista Santiago Zavala e o seu amigo Ambrosio permite traçar e caracterizar, com acidez, sarcasmo e irreverência, a realidade social da ditadura do general Manuel Odría (1948-1956), numa narrativa que deixa transparecer um Peru corrupto e desencantado. Recebeu o Nobel de Literatura em 2010, «pela sua cartografia das estruturas de poder e pelas suas imagens, mordazes e críticas, de resistência individual, revolta e derrota».